Interrogatórios só devem ter lugar quinta-feira

Além de serem identificados, vão ser confrontados com a prova recolhida durante as buscas e a ainda durante a fase de investigação do processo até à passada terça-feira.

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Rui Rangel pedro cunha

Os cinco arguidos detidos no âmbito da Operação Lex, na qual figura como principal suspeito o juiz Rui Rangel, estiveram nesta quarta-feira no Supremo Tribunal de Justiça a ser identificados. Mas dado o adiantado da hora, o interrogatório que devia ocorrer a seguir poderá só se realizar durante o dia de quinta-feira.

Além de serem identificados, vão ser confrontados com a prova recolhida durante as buscas e durante a fase de investigação do processo até à passada terça-feira.

Nem Rui Rangel nem a sua colega do Tribunal da Relação de Lisboa Fátima Galante se encontram entre os cinco detidos, uma vez que a lei não permite a detenção preventiva de juízes fora de flagrante delito. 

Operação Lex conta com 12 arguidos, uma lista nas quais figuram como suspeitos o juiz Rui Rangel e a sua mulher, a magistrada Fátima Galante, bem como o presidente do Benfica Luís Filipe Vieira. O 12.º arguido é o advogado João Rodrigues, que esteve ligado à Federação Portuguesa de Futebol.

Em causa está a suposta venda de decisões judiciais por parte do magistrado, que se terá comprometido a influenciar colegas a troco de elevadas quantias, para que estes proferissem sentenças favoráveis aos interesses de gente ligada ao futebol. Num desses processos estará implicado o futebolista João Vieira Pinto e noutro um filho de Luís Filipe Vieira, que teria um processo fiscal pendente nos tribunais administrativos e fiscais. Rui Rangel ter-se-á oferecido para falar com os juízes que o tinham em mãos, para que o acelerassem.

Entretanto, a Procuradoria-Geral da República (PGR) confirmou a constituição de Luís Filipe Vieira como arguido, depois de o clube e o seu advogado terem voltado a negar essa condição já esta quarta-feira de manhã. "Na sequência de dúvidas suscitadas por diversos órgãos de comunicação social, confirma-se a constituição como arguidos de Luís Filipe Vieira e de Fernando Tavares", refere uma nota informativa da PGR.

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