Murphy Brown vai voltar ainda este ano

Com o jornalismo de investigação cada vez mais na ordem do dia, a sitcom com Candice Bergen a fazer de jornalista televisiva regressa para uma temporada nova de pelo menos 13 episódios.

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Murphy Brown durou dez temporadas entre 1988 e 1998 e agora vai voltar DR

Durante dez anos, entre o final dos anos 1980 e final dos anos 1990, Candice Bergen foi Murphy Brown, mulher independente, jornalista de investigação e pivô de noticiário da televisão americana. A sitcom a que a personagem dava nome, criada por Diane English, misturava histórias ficcionais com a actualidade política e algumas pessoas reais a fazerem delas próprias.

Agora, segundo um comunicado da CBS, o canal original da série (por cá passou originalmente na RTP e foi repetida no início dos anos 2000 na SIC Mulher), vai voltar ainda este ano para a época de 2018-19, com English e Bergen a regressarem com ela. Ainda não há informação sobre o restante elenco. Jay Thomas, que ganhou dois Emmys a fazer de Jerry Brown, personagem recorrente na série, morreu em Agosto. Para já, estão planeados 13 episódios. Será a 11.ª temporada de Murphy Brown, que até agora teve 247 episódios.

O regresso faz-se numa altura em que as notícias televisivas estão bastante diferentes, com a preponderância dos canais noticiosos de cabo e o presidente dos Estados Unidos em guerra aberta com aquilo a que chama "fake news". É também uma era em que os revivals de séries estão em voga. Ainda este mês, por exemplo, assistimos na FOX ao início da 11.ª temporada de X-Files, que tinha voltado em 2016 depois de 14 anos fora da televisão. A 2 de Fevereiro vamos poder ver, via TVSéries, a nona época de Will & Grace, que tinha chegado ao fim em 2006, e em Março Roseanne, a sitcom com Roseanne Barr e John Goodman, estará de volta à televisão norte-americana. Nos últimos tempos tem-se falado também de reavivar a versão norte-americana de O Escritório e da sitcom Doido Por Ti

Murphy Brown foi uma série polémica. Em 1992, por exemplo, depois de a personagem ter sido mãe solteira, Dan Quayle, o vice-presidente do governo de George H. W. Bush, criticou-a num discurso sobre os motins de Los Angeles, alegando que sinalizava "um colapso da estrutura familiar", o que levou a série a responder directamente às suas declarações e Bergen a agradecer ao político quando venceu o seu terceiro Emmy. 

Bergen, nomeada para um Óscar de Melhor Actriz Secundária por Amar de Novo, de Alan J. Pakula, em 1979, teve uma carreira na moda e no cinema antes de se tornar um êxito na televisão. Poderá ser vista, por exemplo, no filme de abertura do ciclo American Way of Life — Vidas em Crise, da Cinemateca Portuguesa, Iniciação Carnal (Carnal Knowledge), realizado por Mike Nichols em 1971, logo no dia 1 de Fevereiro. Já em 2017 apareceu, por exemplo, no mais recente filme de Noah Baumbach, The Meyerowitz Stories (New and Selected), que saiu no Netflix.

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