Bitcoin volta a cair com a Coreia do Sul a ponderar proibir transacções

País apertou a regulação e vai passar a exigir a utilização do nome verdadeiro.

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O objectivo é diminuir esquemas de lavagem de dinheiro LUSA/SASCHA STEINBACH

A bitcoin escorregou mais de 1000 dólares esta quinta-feira, depois de a Coreia do Sul anunciar novas medidas para regular transacções com as divisas digitais. O país pondera mesmo encerrar todos os serviços de trocas de criptomoedas no país.

“O governo tem avisado repetidamente que as moedas virtuais não são uma forma de divisas legal, e que os preços variam drasticamente levando a grandes perdas”, lê-se num comunicado

No último ano, a Coreia do Sul tem liderado o aumento de interesse em bitcoins e outras criptomoedas, algo que preocupou o primeiro-ministro Lee Nak-yon. “Há estudantes a saltar num mercado ao rubro para ganhar dinheiro rápido, levando alguns a associarem-se a fraudes”, escreveu em Novembro. Mesmo com os preços diários a variar consideravelmente nas várias bolsas online em que as bitcoins são compradas e vendidas, em meados de Dezembro o valor de cada bitcoin ultrapassava os 19 mil dólares.

Com as novas medidas, a Coreia do Sul vai passar a exigir a utilização do nome verdadeiro para efectuar transacções com bitcoins (algo que já foi proposto na União Europeia). O objectivo é diminuir esquemas de lavagem de dinheiro.

A notícia levou a bitcoin a cair. O valor mais baixo – cerca de 13.600 dólares (11.400 euros) – foi atingido às 11 da manhã de quinta-feira (hora de Lisboa). É uma queda de 28% desde o pico atingido no começo da semana passada. Desde então a moeda tem recuperado um pouco. Às 13h00, o valor rondava os 14.100 dólares no site especializado Coindesk.

Em Setembro, a Coreia do Sul já tinha apertado o cerco às divisas digitais, quando proibiu o financiamento de empresas (maioritariamente startups) através do lançamento de novas criptomoedas. Trata-se de um conceito de financiamento colectivo recente – conhecido pela sigla ICO (Initial Coin Offerings) – em que as empresas criam uma espécie de moeda digital que não funciona como dinheiro, mas representa uma parte do capital da empresa.

Apesar do reforço das regras, a Coreia do Sul assegura que “vai continuar a promover o desenvolvimento da infrastrutura de tecnologias como a blockchain.” Trata-se da base de dados descentralizada, de que a  bitcoin depende, mas que é usada por outras moedas e também para fins que não pagamentos. Em Outubro, MIT, por exemplo, anunciou uma experiência com diplomas digitais.

As preocupações regulatórias têm-se avolumado nos últimos meses. Em Setembro, a China proibiu transacçõs com criptomoedas. Esta segunda-feira, o regulador isrealita dos mercados financeiros anunciou que quer proibir empresas cujo negócio se centra em moedas virtuais – como a bitcoin – de estarem cotadas na bolsa de valores de Telavive.

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