Ministro que não é um “fantasma” quer aliviar impostos no interior

O ministro adjunto diz que não é “um fantasma” que paira sobre os outros ministérios. Pedro Siza Vieira garante que estão a ser estudadas medidas de alívio fiscal para empresas e trabalhadores no interior.

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A audição decorre esta quinta-feira de manhã LUSA/ANTÓNIO PEDRO SANTOS

Pedro Siza Vieira, o ministro adjunto, está esta quinta-feira a ser ouvido pelos deputados no Parlamento e, numa longa conversa sobre as medidas que devem ser tomadas para o interior do país, admitiu que é preciso pensar em propostas fiscais para “relocalização” de empresas e de pessoas.

Nesta primeira aparição em público, Siza Vieira acabou por ter de defender a sua pasta, dizendo que não é “um ministério-fantasma” e que o que faz não é “exprimir ideias genéricas e intenções mais do que medidas concretas”. “Tenho de discordar. Em qualquer administração, um dos problemas mais importantes é a coordenação de vários departamentos. É o que me cabe assegurar, a coordenação de medidas interministeriais”, disse em resposta ao deputado Hélder Amaral, do CDS.

“Podemos pensar em atribuir benefícios à relocalização de empresas e pessoas para o interior. Medidas fiscais que possam atrair a relocalização de pessoas e a localização de actividades de formação profissional são as que estão a ser estudadas”, disse no debate sobre o Orçamento do Estado para 2018.

O ministro, que sentiu a necessidade de explicar aos deputados o que fazia na sua intervenção inicial, contou que as maiores dificuldades sentidas nos contactos com os investidores internacionais é “precisamente a atractividade de mão-de-obra qualificada”. Para resolver esse problema, disse, é preciso ter no interior as escolas de formação profissional do Instituto de Emprego e Formação Profissional para, com isso, ter a “capacidade de dirigir formações aos sectores nos quais as empresas têm necessidade”.

No debate, Siza Vieira já tinha admitido nova redução de portagens no interior, e acrescentou que estava a pensar em novas reduções para o serviço de transporte pesado e de mercadorias. O elevado custo de contexto para as empresas é, defendeu, “peso importante para a atractividade na localização seja da agricultura, seja da indústria no interior”.

O primeiro debate entre o ministro e dos deputados tem sido sobretudo sobre o que fazer ao interior, mas também sobre as medidas que o Governo está a tomar para a reconstrução depois dos incêndios. O governante conta que aceitou ser ministro porque ficou chocado com os incêndios. “Se aceitei, é porque me inquieta a situação e espero contribuir para que não se repita”, afirmou. E se admite que os incêndios não mudaram por aí além a política do Governo, “as tragédias mudaram a noção da urgência – muito maior esforço ao nível da recuperação”.

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