Só nesta quarta-feira já foram detidos cinco suspeitos de atear fogos

Forças de segurança já detiveram este ano 107 suspeitos de fogo posto.

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Sergio Azenha (colaborador)

O funcionário que escreve os comunicados de imprensa da PJ não tem tido nesta quarta-feira um dia descansado. Nem eles nem os polícias que andam no terreno. Só hoje, até 17h, a PJ já anunciou ter detido cinco suspeitos de atearem fogos em Portugal, segundo tem revelado esta polícia de investigação em comunicados enviados às redacções.

Ao final da manhã, a PJ dava conta de ter detido um presumível incendiário, de 65 anos, suspeito de ter ateado um fogo no domingo em Armamar, no distrito de Viseu. A detenção foi feita através da Unidade Local de Investigação Criminal de Vila Real da PJ, com a colaboração da GNR de Lamego.

Nem uma hora depois, a PJ revelava ter detido mais três suspeitos: em Paredes e Penafiel, distrito do Porto, e em Fafe, distrito de Braga.

De acordo com a informação divulgada através da Directoria do Norte da PJ, foi detido e identificado, fora de flagrante delito, o alegado autor de dois incêndios florestais que ocorreram na terça-feira em Lordelo, concelho de Paredes.

Usou um isqueiro

O detido, de 68 anos e já com antecedentes criminais por violência doméstica, terá recorrido a um isqueiro para atear os fogos em zona florestal contígua a uma zona urbana naquela freguesia de Paredes, “num aparente quadro de desequilíbrio psicológico, durante a madrugada”.

Em colaboração com a GNR de Paço de Sousa, Penafiel, foi detido um outro homem, de 37 anos, suspeito de ter ateado fogo naquela localidade no dia 14 de Abril.

A PJ revela ainda ter detido, em colaboração com a GNR, um homem de 57 anos suspeito de ser o autor de um incêndio florestal ocorrido no dia 19 em Fafe.

Por fim, ao início da tarde, a PJ anunciava a detenção de um quinto suspeito, um homem, de 38 anos, que terá ateado no passado domingo um incêndio florestal no concelho de Albergaria-a-Velha.

A PJ refere que o homem foi detido na sequência de uma investigação de que resultou a recolha de "fortes indícios" sobre o seu envolvimento no crime.

"O suspeito não apresentou uma causa lógica para a ocorrência, sendo de admitir que tenha atuado num quadro de alcoolismo", refere a PJ.

107 detidos este ano

Na terça-feira, o comandante da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC), Rui Esteves, revelou que este ano as forças de segurança detiveram 102 pessoas suspeitas do crime de incêndio florestal, quase o dobro do número (53) registado no período homólogo de 2016. Com as novas detenções desta quarta-feira, o número divulgado na terça-feira sobe 107.

O comandante da ANPC adiantou ainda que, de 1 de Janeiro até esta terça-feira, foram contabilizadas 11.537 ocorrências de fogo florestal, devido às quais arderam 166 mil hectares de floresta, mais 48 mil hectares que em igual período do ano passado.

Comparativamente, este ano já deflagraram mais 3500 ocorrências que no ano de 2016 (8045), sendo que o ano passado, em período homólogo, tinham ardido 117 mil hectares.

 

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