Um divórcio namorado

Seja como for talvez seja altura dos amigos europeus do Reino Unido moderarem um pouco a birra da rejeição precisamente para apoiar o trabalho político dos muitos remainers que estão a tentar minimizar a separação.

Charles Moore é um brexiteiro astuto e sedutor. Lê-lo no Telegraph e no Spectator é a melhor maneira de saber como estão os ânimos entre os leavers. Folgo em saber que não vão muito bem. Há um medo concreto (ou seja, uma vaga esperança) que a transição leve tanto tempo que dê para negociar uma saída que se pareça bastante com a situação actual, deliciosamente ambígua.

Seja como for talvez seja altura dos amigos europeus do Reino Unido moderarem um pouco a birra da rejeição precisamente para apoiar o trabalho político dos muitos remainers que estão a tentar minimizar a separação.

No partido trabalhista, por exemplo, é notório que a actual direcção de Corbyn e McDonnell continua tão ferozmente separatista como sempre foi ao longo dos últimos 40 anos. No entanto, a maioria dos trabalhistas - políticos e apoiantes - é a favor da União Europeia.

As relações entre o Reino Unido e Portugal foram quase sempre boas nos muitos séculos antes de ambos se juntarem à UE. Temos de pensar, acima de tudo, nos portugueses que lá vivem e nos britânicos que vivem cá.

Acredito que a separação do Reino Unido será não só temporária como breve. Quando houver um referendo sobre o regresso à União Europeia, talvez com umas condições aparentemente especiais, o Reino Unido dirá muito provavelmente que sim, mesmo que seja por uma margem tão escassa como aquela que levou à saída.

Recomenda-se um divórcio namorado, como quem quer e não quer a coisa, mais para inglês ver do que para outra coisa.

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