Passos Coelho “inspirou-se” em Poiares Maduro para discurso sobre estado da nação

Líder da oposição utilizou, durante o discurso desta quarta-feira na Assembleia da República, passagens iguais a um texto escrito pelo antigo ministro no Facebook. Poiares Maduro revela que Passos Coelho lhe pediu autorização para o fazer.

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LUSA/MÁRIO CRUZ

O discurso de Pedro Passos Coelho durante o debate sobre o Estado da Nação inclui frases “semelhantes” a uma publicação que Miguel Poiares Maduro fez no Facebook na terça-feira à noite. 

"O senhor primeiro-ministro diz ao país que aceitou o pedido de demissão dos secretários de Estado para estes poderem solicitar ser constituídos arguidos e depois descobre-se que afinal resignaram porque já tinham percebido que iriam, de qualquer modo, ser constituídos arguidos". Esta foi uma das passagens do discurso de Passos Coelho. Ora, no texto publicado pelo seu antigo ministro lê-se: “Um PM diz ao país que aceitou o pedido de demissão de secretários de Estado para estes poderem solicitar ser constituídos arguidos e defenderem a sua honra e depois descobre-se que afinal resignaram porque já tinham sido constituídos arguidos”.

As semelhanças são evidentes, mas não se trata de exemplo único. “Uma maioria parlamentar propõe-se encerrar um inquérito à Caixa Geral de Depósitos antes da decisão judicial que autorizaria o acesso aos documentos fundamentais para apurar os respectivos factos”, disse ainda o antigo primeiro-ministro e líder social-democrata. “Uma maioria parlamentar encerra um inquérito antes da decisão judicial que autorizaria o acesso aos documentos fundamentais para apurar os factos objecto desse inquérito”, escreveu Poiares Maduro na noite desta terça-feira.

Entretanto, à Radio Renascença, fonte do PSD desvalorizou a situação, afirmando que “é natural que o líder da oposição receba contributos de pessoas que lhe são próximas” e argumentando ainda não perceber o porquê do interesse por uma “pequena parte do discurso”.

Por sua vez, a RTP ouviu Poiares Maduro, que revelou que Passos Coelho lhe “pediu autorização” para utilizar o texto, garantindo que “não é a primeira vez” que dá “um contributo” ao líder da oposição.

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