Doze militares da Força Aérea suspeitos de corrupção ficam em prisão preventiva

Os militares foram detidos por corrupção, abuso de poder e falsificação de documentos. Os suspeitos estavam envolvidos num esquema de sobrefacturação de bens para a confecção de refeições na Força Aérea. Um dos detidos é o major-general Raul Carvalho.

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Em causa está um esquema fraudulento de sobrefacturação nas messes da Força Aérea LUSA/ANTÓNIO JOSÉ/ARQUIVO

Os 12 militares da Força Aérea detidos na terça-feira por suspeita de corrupção ficaram esta quarta-feira em prisão preventiva, por decisão judicial, disse à Lusa fonte ligada ao processo.

Segundo a mesma fonte, os quatro empresários que também foram detidos na terça-feira no âmbito da segunda fase da Operação Zeus ficaram sujeitos a apresentações periódicas às autoridades, medidas de coacção que foram conhecidas ao final da noite e após um longo interrogatório judicial.

Um major-general, que controlava as compras para as bases militares, um coronel, um tenente-coronel e um major estão entre os detidos por corrupção, abuso de poder e falsificação de documentos na comercialização de géneros alimentícios nas messes da Força Aérea, segundo fonte da PJ. Entre os 16 detidos constam ainda três capitães e cinco sargentos, além dos quatro empresários do ramo alimentar.

Segundo a PJ, os suspeitos estavam envolvidos num esquema de sobrefacturação de bens e matérias-primas para a confecção de refeições nas messes da Força Aérea.

Na primeira fase da Operação Zeus, em Novembro de 2016, foram detidos cinco homens por corrupção activa e passiva para acto ilícito e falsificação de documentos, num “esquema fraudulento que poderá ter lesado o Estado em cerca de dez milhões de euros”.

Nesta segunda fase da operação, participaram 130 elementos da PJ e dez procuradores do Ministério Público, tendo sido realizadas 36 buscas nas áreas dos distritos de Lisboa, Porto, Santarém, Setúbal, Évora e Faro, das quais 31 domiciliárias e cinco não domiciliárias.

O inquérito é dirigido pelo Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa e envolve elementos da Unidade Nacional de Combate à Corrupção (UNCC), que continuam na recolha de prova.

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