O Reino Unido tem “porta aberta” para ficar na UE — sem as actuais excepções

Guy Verhofstadt diz que, “tal como no filme Alice no País das Maravilhas, nem todas as portas são iguais”.

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O belga Guy Verhofstadt coordena o "Brexit" no Parlamento Europeu François Lenoir/Reuters

A possibilidade de o Reino Unido mudar a sua posição em relação ao "Brexit" e decidir permanecer na União Europeia é bem-vinda, mas se isso acontecer o país não deverá continuar a beneficiar das actuais excepções, disse nesta quarta-feira Guy Verhofstadt, coordenador do processo de saída no Parlamento Europeu.

“Ontem [terça-feira], Emmanuel Macron, o novo Presidente francês, falou de uma porta aberta. Se o Reino Unido mudar de ideias teremos uma porta aberta”, afirmou Verhofstadt, lider da Aliança dos Democratas e Liberais pela Europa, o terceiro maior grupo do Parlamento Europeu.

“Eu concordo, mas, tal como no filme Alice no País das Maravilhas, nem todas as portas são iguais. Será uma nova porta, com uma nova Europa, uma Europa sem benefícios, sem complexidade, com poderes reais e com unidade”, acrescentou. 

O ex-primeiro-ministro belga é defensor de uma integração mais estreita com os governos nacionais que querem menos poderes para Bruxelas. 

O belga é um dos muitos que, na Europa continental, criticam o reembolso que o Reino Unido recebe de parte das suas contribuições para o orçamento comunitário – o famoso rebate negociado em 1980 pela antiga primeira-ministra britânica, Margaret Thatcher, que considerava que, por comparação com outras grandes economias, a contribuição britânica era desproporcionada face aos benefícios que recebia. Londres garantiu também vários regimes de excepção, incluindo a garantia de que nunca será obrigado a aderir ao euro, ou a não participação no espaço de livre circulação de Schengen. 

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