Federações de Lisboa e Setúbal não vão ao Dia do Bombeiro

A Federação de Santarém estará presente sob protesto. O presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, vai entregar o Estandarte Nacional à Liga dos Bombeiros Portugueses.

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EVR ENRIC VIVES-RUBIO

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, arrisca-se a ter muito menos bombeiros do que o expectável no Dia do Bombeiro Português, cujas comemorações, marcadas para domingo, em Cascais, incluem a entrega do Estandarte Nacional à Liga dos Bombeiros Portugueses. As federações de Lisboa e de Setúbal já anunciaram o boicote às comemorações, como forma de protesto contra os cortes no financiamento à sua actividade.

No caso de Lisboa, algumas das 45 associações e corpos de bombeiros que integram a federação viram “colocada em risco a própria existência”, segundo um documento que aponta um corte de 136,4 mil euros em comparação com 2016. Em Setúbal, os cortes ameaçam hipotecar as hipóteses de participação dos respectivos corpos no dispositivo de combate aos incêndios. Em Santarém, e face à ameaça dos diferentes corpos de bombeiros recusarem também comparecer à efeméride, a federação decidiu na quarta-feira comparecer mas sob protesto. “Haverá um homem para cada estandarte e não uma companhia ou dois pelotões como era habitual”, adiantou fonte daquela federação.

A federação de bombeiros de Santarém exige ainda, tal como Lisboa fizera, que o secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes, peça desculpas pela forma como se vem dirigindo aos bombeiros, nomeadamente quando lhes chamou “amadores” e sustentou que cada bombeiro recebe 45 euros por dia, logo 1350 ao final do mês, omitindo que nenhum bombeiro pode ser escalado 24 horas consecutivas durante 30 dias seguidos.

O Dispositivo Especial de Combate aos Incêndios Florestais para 2017 tem uma despesa prevista de 75,2 milhões, segundo o Ministério da Administração Interna, contra os 71 milhões pagos em 2016. Uma das novidades é que a comparticipação da actividade dos bombeiros não se circunscreverá à época de incêndios, vigorando durante todo o ano. Mas, apesar do reforço da verba, os bombeiros não viram satisfeita a expectativa de verem aumentados os 45 euros pagos por cada 24 horas de turno, o que dá cerca de 1,8 euros por hora.

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