Avaria no aeroporto também deixou deputados em terra

Assembleia não quer pagar viagem de dois deputados não conseguiram chegar a Bruxelas para reunião no Parlamento Europeu.

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O Parlamento acha que não deve pagar viagem de quem, como António Filipe (PCP), não embarcou Daniel Rocha

O deputado do PCP António Filipe e a deputada do PS Francisca Parreira estiveram entre os milhares de passageiros que viram os seus voos cancelados há duas semanas por causa da avaria no sistema de bombagem de combustível do aeroporto de Lisboa. Viajavam para Bruxelas em representação da Assembleia da República, mas ficaram em terra. Agora, os serviços parlamentares não querem pagar a viagem.

Os dois deputados deveriam comparecer no dia 11 deste mês, de manhã, numa reunião no Parlamento Europeu, na comissão de Liberdades Civis, Justiça e Assuntos Internos. O tema: Segurança Interna. António Filipe, em representação da comissão de Assuntos Constitucionais, pediu para viajar no dia 10, mais tarde, por ter compromissos no Parlamento, e por isso seguia num voo para Bruxelas via Madrid. Foi para o aeroporto nessa noite descrita como caótica. O próprio quadro dos voos era uma confusão entre voos adiados ou sem porta de embarque atribuída. O seu para Madrid até tinha um número atribuído e, por isso, o deputado deslocou-se para o local. Era engano, o voo era, afinal, para Milão. Voltou para atrás, tal como os restantes passageiros. Horas depois, já após a meia-noite, viu novo número de porta atribuída, fez o embarque e entrou no autocarro na pista que levaria os passageiros ao avião para Bruxelas. Foi aí que um funcionário do aeroporto anunciou que o voo tinha sido cancelado. António Filipe pensou até que era uma brincadeira. “A esta hora ainda há tipos com sentido de humor”, supôs. Afinal, o voo fora mesmo cancelado.

O deputado comunista informou a Comissão de Assuntos Constitucionais sobre a sua impossibilidade de comparecer na reunião e o caso foi reportado aos serviços. As viagens dos deputados são reservadas através de uma agência e só depois o dinheiro é cobrado, numa espécie de conta corrente. Caso o dinheiro venha a ser retirado, a Assembleia da República quer ser ressarcida desse custo, soube o público junto de fonte parlamentar.

A mesma regra aplica-se à viagem da deputada socialista que também foi cancelada. Só que Francisca Parreira não chegou a ir para o aeroporto e ficou no Parlamento à espera de saber a hora do seu voo que ia sendo sucessivamente adiado. O problema no aeroporto “prejudicou o nosso trabalho parlamentar”, afirma a deputada, defendendo por isso que a Assembleia não deve pagar a viagem. 

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