Guterres nomeia Malala mensageira da paz da ONU

A primeira designação para o cargo por parte do novo secretário-geral das Nações Unidas tem como objectivo sensibilizar para a importância e necessidade da educação das raparigas em todo o mundo.

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Malala é a mais jovem mensageira de paz da ONU de sempre Reuters/JAMAL SAIDI

A mais jovem laureada com o Prémio Nobel da Paz Malala Yousafzai foi escolhida pelo secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, como mensageira da paz na ONU, com atenção especial na educação das raparigas.

É a primeira escolha de Guterres para mensageiro da paz, um papel com a qual se pretende reconhecer figuras públicas que ajudam a despertar a consciência mundial para os ideais e actividades da ONU. Através de aparições públicas, contactos com a imprensa internacional e trabalho humanitário, os mensageiros da paz “contribuem para a compreensão pública de como as Nações Unidas ajudam a melhorar as vidas das pessoas em todos os lugares”, lê-se na mensagem divulgada na sexta-feira pelas Nações Unidas.

A cerimónia de designação decorre na segunda-feira, em Nova Iorque, e será seguida de um debate entre Guterres, Malala e representantes de jovens de todo o mundo que lutam pela educação das raparigas.

“Mesmo correndo perigo grave, Malala Yousafzai mostrou um compromisso inabalável com os direitos das mulheres, das meninas e de todas as pessoas”, afirmou António Guterres na designação da jovem paquistanesa, anunciada sexta-feira pela ONU. “A sua coragem no activismo pela educação das raparigas já inspirou muita gente por todo o mundo. Agora, como a nossa mais jovem mensageira da paz, Malala pode fazer ainda mais para ajudar um mundo mais justo e pacífico”, acrescentou.

Nascida no Paquistão a 12 de Julho de 1997, Malala tornou-se um símbolo internacional da luta pelo direito à educação das mulheres depois de ter sido baleada, em Outubro de 2012, por se opor à ordem do regime talibã de proibir a educação feminina. Sobreviveu ao ataque e tornou-se o símbolo de milhões de raparigas a quem a educação é recusada em todo o mundo.

Em 2013, ela e o pai fundaram a Fundação Malala com o objectivo de sensibilizar para o impacto social e económico da educação das raparigas e capacitá-las para exigirem mudanças. Em Dezembro de 2014, tornou-se a laureada com o Prémio Nobel da Paz mais jovem de sempre.

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