JSD e TSD apelam à distrital para escolher outro candidato a Matosinhos

Joaquim Jorge diz que não pediu para ser candidato e que não precisa da política para nada.

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Joaquim Jorge foi escolhido para liderar a candidatura do PSDa Matosinhos Fernando Veludo/NFACTOS

As estruturas concelhias da JSD e os Trabalhadores Social Democratas (TSD) de Matosinhos pedem a intervenção da distrital do PSD-Porto para a escolha de um novo candidato à câmara municipal, por  considerarem que o nome aprovado pela concelhia, Joaquim Jorge, “não encaixa no perfil que o plenário da secção aprovou”. “O plenário mandatou a comissão política concelhia para escolher para escolher um candidato que obedeça ao perfil e que seja militante do PSD”, lê-se num abaixo-assinado enviado esta quarta-feira ao líder da distrital do Porto, Bragança Fernandes.

O documento, subscrito pelo presidente da concelhia da JSD de Matosinhos, pelo coordenador concelhio dos TSD e por vários núcleos do partido, refere que, “politicamente, [Joaquim Jorge] não é um candidato vencedor, facto que o próprio já assumiu ao dizer que ‘as eleições serão disputadas entre Luísa Salgueiro e Narciso Miranda (…) e que Matosinhos merece um candidato vencedor que acredite que pode ganhar”.

O presidente da JSD de Matosinhos, Jorge Barbosa, critica, em declarações ao PÚBLICO, a postura de Joaquim Jorge, o fundador da tertúlia de debate político Clube dos Pensadores, por, ao longo deste processo, ter chamado "a vários militantes do PSD de Matosinhos terroristas políticos, revanchistas", imputando-lhes "atitudes antidemocráticas”. “Quem disse que o vice-presidente do PSD, Marco António Costa, o presidente da distrital, Bragança Fernandes, e o presidente da assembleia distrital, Virgílio Macedo, são o ‘absurdo da censura’ não pode ser candidato do PSD”, lê-se no abaixo-assinado, que declara que “a possível candidatura de Joaquim Jorge e o processo que envolveu a sua escolha envergonham todas as estruturas do partido, mas principalmente o PSD”. “A tentativa de aprovar o nome por votação nominal, que foi, e bem, recusada pelo coordenador distrito autárquico, só demonstra o desespero de algumas pessoas na aprovação do nome”, lê-se no abaixo-assinado enviado à distrital.

Os signatários do documento alertam ainda para o facto de a “acta da reunião em que o nome de Joaquim Jorge foi aprovado não ser válida, já que, além de omissa [em relação] a quase tudo o que se passou na reunião, não foi lida nem aprovada pela comissão política”.

O líder concelhio da Jota, Jorge Barbosa, declara que o “PSD está todo unido contra o nome do candidato a Matosinhos” e acredita que a distrital “será sensível” aos argumentos daqueles que não aceitam que o candidato do partido seja Joaquim Jorge. “Esperamos que a distrital não ratifique o nome e devolva o processo à concelhia, para que possa ser escolhido um outro candidato”, defende.

Ouvido pelo PÚBLICO, Joaquim Jorge considera, por seu lado, que a polémica à volta do seu nome tem a ver “com problemas entre a concelhia e a distrital” e garante que nunca fez “pressão” para que o seu nome fosse votado para candidato à Câmara de Matosinhos. Declara que nada tem contra o presidente da distrital, Bragança Fernandes, e sublinha que “não precisa da política para nada”. E deixa um recado: ”Gostava que a direcção nacional do PSD se pronunciasse sobre o processo, porque o que está em causa é a imagem do partido”.

Quanto ao abaixo-assinado, Bragança Fernandes disse ao PÚBLICO que a distrital vai avaliar o processo relativo a Matosinhos que, se não estiver em conformidade com os estatutos, “será devolvido à concelhia”.

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