Violência contra jornalistas tornou-se rotina no Brasil

Abusos físicos, ameaças, insultos e actos de intimidação e vandalismo contra jornalistas são cada vez mais comuns.

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O Brasil, onde a liberdade de imprensa se encontra recorrentemente ameaçada, vive um novo período de instabilidade política e social. LUSA/ANTONIO LACERDA

Os casos de violência contra jornalistas no Brasil são “rotineiros” e mantém-se um cenário negativo para os profissionais dos 'media', segundo um relatório preliminar da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) divulgado no sábado na Guatemala.

Estes ataques, segundo o texto – que ainda vai ser aprovado – são exercidos “de múltiplas formas” e provêem de diversos sectores, embora as suas manifestações mais habituais sejam abusos físicos, ameaças, insultos, intimidações e vandalismo.

Uma sondagem da Associação Nacional de Jornalistas (ANJ) do Brasil mostra no período analisado (desde Outubro de 2016 até Fevereiro último) 14 casos de agressões físicas, quatro de ameaças, dois de intimidação, três de vandalismo e cinco de crimes.

“A violência contra os jornalistas é levada a cabo em grande parte pela polícia, que deturpa as suas funções e demonstra total falta de preparação para cumprir as suas actividades durante a cobertura da imprensa", refere o relatório.

No entanto, também foram registados casos de violência contra jornalistas por parte de milicianos e de traficantes, diz o relatório. Tem persisttido a impunidade dos crimes contra jornalistas no BRasil, pois as autoridades não costumam ser capazes de de investigar e denunciar estes crimes. "A Justiça é lenta e também ineficaz", afirma o relatório da SIP, uma organização com sede em Miami, nos EUA, composta por mais de 1300 publicações. 

 

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