Lucro dos CTT cai 13,7% em 2016 para 62 milhões

Receitas do grupo caíram 4,4%. Banco CTT terminou 2016 com proveitos de 961 mil euros e 250 milhões em depósitos.

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Empresa liderada por Francisco Lacerda registou quebra de receita nos negócios de correios e nos serviços financeiros LUSA/ANTÓNIO COTRIM

Os resultados líquidos dos CTT recuaram 13,7% em 2016, para 62,2 milhões de euros, anunciou nesta quinta-feira a empresa liderada por Francisco Lacerda. O resultado líquido excluindo o Banco CTT foi de 85,5 milhões de euros (mais 5,6% face ao período homólogo), adiantaram os Correios numa apresentação enviada à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). Os proveitos da área de negócio do Banco CTT “foram de 961,7 mil euros em 2016 e 1,7 mil euros em 2015”.

O banco, liderado por Luís Pereira Coutinho, terminou 2016 com presença em 202 lojas do grupo, 105 mil clientes, mais de 74 mil contas de depósitos à ordem abertas e uma captação de depósitos acima de 250 milhões de euros.

A actividade operacional dos CTT gerou um lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA) de 119,5 milhões de euros, que ficou 17% abaixo do registado em 2015. A empresa diz que este resultado operacional está “muito afectado por gastos recorrentes com o Banco CTT e com o projecto Banco CTT nesta fase de lançamento” em que ainda não há “receita relevante”. Os gastos operacionais relacionados com o banco atingiram 21,3 milhões de euros e, além disso, do investimento realizado pelos CTT em 2016, num total de 42 milhões de euros, quase metade (19 milhões) relacionou-se com a nova instituição financeira.

O EBITDA de 2016 também foi pressionado pela queda de proveitos. Segundo a empresa, as receitas atingiram 695,1 milhões de euros, o que traduz uma quebra de 4,4% face ao ano anterior. Os CTT explicam que a variação negativa reflecte os decréscimos de rendimentos das áreas de correio, de correio expresso e de encomendas.

A evolução demonstra ainda uma quebra nos proveitos relacionados com os serviços financeiros – essencialmente pagamentos e transferências – que foram “apenas ligeiramente compensados pelo Banco CTT, ainda em fase de lançamento”.

OS CTT também divulgaram nesta quinta-feira a convocatória para a assembleia-geral anual de accionistas de 2017, onde, além da aprovação das contas de 2016, propõem votar uma “redução de capital social, para libertação de excesso de capital”, de 75 milhões de euros para 25,5 milhões, através da redução do valor nominal das acções (em 49,5 milhões), seguida de aumento de capital, em igual montante, por incorporação de reservas.
 

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