Republicanos pedem que Sessions se afaste da investigação sobre ligações de Trump à Rússia

Democratas insistem no pedido de demissão do Procurador-Geral dos EUA.

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Jeff Sessions é o Procurador-Geral do EUA, equivalente ao cargo de ministro da Justiça EPA/JIM LO SCALZO

Os democratas já tinham pedido a demissão de Jeff Sessions, depois de o Procurador-Geral do EUA ter omitido encontros com o embaixador russo antes das eleições. E agora é mesmo o líder dos republicanos na Câmara dos Representantes, Kevin McCarthy, a assumir que “será mais fácil” se Sessions se afastar das investigações relacionadas com a suposta interferência da Rússia nas eleições norte-americanas.

“Penso que em qualquer investigação em curso, toda a gente quer que ela seja de confiança”, disse Kevin McCarthy em declarações à MSNBC.

Questionado sobre se isso significa que Jeff Sessions se deveria afastar da investigação, McCarthy respondeu: “Penso que isso seria mais fácil”.

A posição do líder dos republicanos na Câmara dos Representantes surge já depois de a sua homóloga democrata, Nancy Pelosi, ter pedido claramente a demissão de Jeff Sessions.

A 10 de Janeiro, Jeff Sessions, actual Procurador-Geral dos EUA e um dos primeiros apoiantes de Donald Trump na corrida à Casa Branca, foi questionado pelo Senado norte-americano sobre a existência de comunicações com os representantes de Moscovo durante a campanha eleitoral. Sob juramento, o então senador e “padrinho intelectual de Trump” garantiu que não tinha estabelecido contactos com a Rússia. No entanto, dados do Departamento de Justiça revelados pelo Washington Post provam que, na realidade, encontrou-se, pelo menos duas vezes, com Sergei Kisliak, o embaixador russo nos EUA.

Questionado durante a sessão de confirmação para o cargo de Procurador-Geral, Sessions disse que “não tinha conhecimento” de nenhum encontro entre a equipa de Trump e representantes russos durante aa campanha para as presidenciais. E vincou que não estabeleceu contacto com representantes russos e por isso não estava "em condições de comentar" o que faria se houvesse provas de que alguém da campanha tinha estado em contacto com o Governo de Moscovo. A pergunta sobre a sua proximidade com o Governo de Putin seria repetida pelo senador democrata Patrick Leahy, que se dirigiu directamente a Sessions através de um questionário escrito, em que lhe perguntou se esteve em contacto com algum membro do Governo russo durante o período de campanha. Novamente, a resposta de Sessions foi um categórico “não”.

Os encontros já foram confirmados pelo Departamento de Justiça norte-americano através de Sarah Isgur Flores, porta-voz de Sessions. Flores defendeu o Procurador-Geral, argumentando que as conversas decorreram na qualidade de membro de um comité do Senado e que, por isso, "não havia nada de enganador na resposta" de Jeff Sessions. Mais, acrescenta que Sessions não considerou as conversas com o embaixador russo relevantes e que não se lembrava detalhadamente do que haviam discutido. No Twitter, a porta-voz partilhou uma declaração de Jeff Sessions, em que o Procurador-Geral vinca que nunca se encontrou com representantes russos "para discutir assuntos relacionados com a campanha", garantindo que as acusações "são falsas"

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