La Niña dissipou-se, mas El Niño pode vir aí

Ainda não há certezas, mas os meteorologistas norte-americanos avisam que o fenómeno El Niño poderá regressar já em Março. E com ele, efeitos em todo o globo.

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As secas, frequentes durante o El Niño Reuters/DAVID GRAY

Um observatório meteorológico norte-americano anunciou esta quinta-feira que o fenómeno meteorológico conhecido como La Niña está a dissipar-se. O Centro de Previsão Climatérica, uma agência do Serviço Meteorológico Nacional dos EUA, indica numa previsão mensal que as condições neutras regressaram e que vão continuar, pelo menos até ao início da Primavera no Hemisfério Norte.  

La Niña surgiu, pela primeira vez desde 2012, no ano passado. O fenómeno, caracterizado por temperaturas oceânicas invulgarmente baixas no Oceano Pacífico equatorial, está ligado a eventos extremos como cheias e secas em várias partes do globo.

Mas ainda que as condições meteorológicas neutras sejam neste momento mais prováveis, há agora a hipótese do reaparecimento do El Niño entre Março e Maio de 2017, alerta-se. A acontecer, o fenómeno ocorrerá menos de um ano desde que o último El Niño se dissipou, depois de ter causado danos graves nas colheitas agrícolas e provocado incêndios florestais e inundações.

Ao contrário do que acontece com La Niña, o El Niño resulta do aquecimento anormal das águas do Oceano Pacífico. Atinge particularmente a costa do Equador, Peru e do Norte do Chile, mas, na verdade, é um fenómeno global e afecta as condições meteorológicas de toda a Terra. Os anos de El Niño são normalmente mais quentes do que o anterior e o subsequente. 

La Niña, como referido, é o fenómeno oposto ao El Niño: no Hemisfério Sul, as águas do mar ficam mais frias, as temperaturas descem e a precipitação aumenta. No Hemisfério Norte, acontece o contrário: as temperaturas aumentam e a precipitação diminui. Normalmente, um episódio La Niña começa a desenvolver-se num certo ano e dissipa-se em meados do ano seguinte.

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