Participação no Erasmus volta a bater recorde

Só em 2015, houve 678 mil pessoas envolveram-se no programa Erasmus+. O número de participantes tem crescido de ano para ano.

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MANUEL ROBERTO

Em 2014, o programa de mobilidade Erasmus ganhou um acrescento e passou a chamar-se Erasmus+. E foi este programa que, no ano de 2015, permitiu a 678 mil europeus “estudar, receber formação, trabalhar ou fazer voluntariado no estrangeiro”, um número superior a todos os valores registados até à data. Os dados foram avançados nesta quinta-feira pela Comissão Europeia, no ano em que o programa Erasmus celebra o seu 30.º aniversário. Em 2014, tinham participado 647.691 pessoas, segundo o relatório anual relativo a esse ano. 

No relatório anual publicado esta quinta-feira pela Comissão Europeia é referido que a União Europeia (UE) investiu 2,1 mil milhões de euros em mais de 19 mil projectos relacionados com o programa Erasmus+, em que participaram mais de 69 mil organizações. Entre 2014 e 2015, o número de candidaturas ao programa subiu 10%.  

O nome do programa passou de “Erasmus” para “Erasmus+” porque “beneficia mais gente com uma gama mais vasta de oportunidades”. “Gostaria de poder garantir que, no futuro, o programa Erasmus+ possa apoiar ainda mais pessoas de contextos mais diversos”, admitiu o comissário da Educação, Tibor Navracsics. Segundo os dados divulgados pelo relatório, o programa Erasmus+ representou, em 2015, “um papel importante na inclusão social, como a integração de refugiados e migrantes”.

Em 2015, passou a ser permitida a participação no programa Erasmus+ de instituições de ensino superior de países de fora da Europa, que enviaram e acolheram mais de 28 mil estudantes e empregados. “Há três décadas que o programa Erasmus tem vindo a criar oportunidades para os jovens, permitindo-lhes desenvolver competências essenciais, incluindo competências sociais e interculturais, e a promover a cidadania activa”, disse esta quinta-feira Tibor Navracsics.

Nos últimos 30 anos, o programa Erasmus apoiou um total de 9 milhões de estudantes, formandos e voluntários e o intercâmbio de membros e de jovens. Em 2017, de forma a celebrar os 30 anos do programa, vão ser realizados vários eventos em todos os países aderentes.

A França, a Espanha e a Alemanha são os países que mais participam no programa de mobilidade, sendo o Reino Unido, a Alemanha e a Espanha os que recebem a maior parte dos participantes. A Espanha, a Alemanha, o Reino Unido, a França e a Itália foram os cinco países mais escolhidos para fazer Erasmus, no ano de 2014/2015; Portugal foi o sétimo mais escolhido, tendo recebido 11.459 estudantes de ensino superior.

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Portugal faz parte do programa desde o seu início, em 1987, assim como a Bélgica, a Dinamarca, a Alemanha, a Grécia, a França, a Irlanda, a Itália, os Países Baixos, Espanha e o Reino Unido. Entre 1987 e 2017, estima-se que tenham usufruído do programa Erasmus mais de 211 mil portugueses, sendo 116 mil deles estudantes do ensino superior. De acordo com dados de 2014, os três países mais escolhidos pelos portugueses são Espanha, Itália e Polónia e as três instituições de ensino portuguesas mais escolhidas por estudantes estrangeiros são a Universidade de Lisboa, a Universidade do Porto e a Universidade Nova de Lisboa.

No seu primeiro ano de existência, 1987, o programa contou com a participação de 3200 pessoas; agora, permite a mobilidade a quase 300 mil estudantes do ensino superior. O programa passou de um mero programa de mobilidade para abranger e proporcionar oportunidades de estudo, formação, estágio, voluntariado e intercâmbio de jovens. A cobertura geográfica passou dos 11 países iniciais para 33: todos os 28 estados-membros da EU, assim como a Turquia, a Antiga República Jugoslava da Macedónia, a Noruega, a Islândia e o Liechtenstein.

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Segundo dados da Comissão Europeia, 96% dos participantes ficou satisfeito com o programa, 94% dos estudantes afirmam que melhoraram as suas aptidões profissionais e 80% reforçaram as suas perspectivas de carreira. Ademais, de acordo com a instituição, um em cada três estudantes que fazem estágios no estrangeiro através do programa Erasmus+ recebem uma proposta de trabalho na sua empresa de acolhimento.

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