Para o primeiro-ministro, Portugal tem um imenso mercado por explorar

Em Deli, António Costa foi recebido com honras militares no Palácio Presidencial, antes de depor uma coroa de flores no Memorial de Gandhi.

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LUSA/Tiago Petinga

O primeiro-ministro considerou neste sábado que a Índia constitui um imenso mercado por explorar e anunciou que os Governos indiano e português vão assinar uma declaração conjunta visando a constituição de parcerias estratégicas em países terceiros.

As posições foram assumidas por António Costa no primeiro de seis dias de visita de estado à Índia, em Deli, onde foi recebido com honras militares no Palácio Presidencial, antes de depor uma coroa de flores no Memorial de Gandhi. Junto ao túmulo de Gandhi, o primeiro-ministro esteve descalço, tal como impõem as regras protocolares, tendo feito um minuto de silêncio e atirado pétalas para o túmulo do líder histórico da independência da Índia.

Após estas cerimónias, durante uma manhã fria e húmida na capital da Índia, António Costa falou aos jornalistas sobre as condições que Portugal tem de reunir para crescer mais a prazo do ponto de vista económico. "A Índia é um imenso mercado por explorar, tal o grau de incipiência das nossas relações comerciais. Neste aspecto, as empresas em Portugal detidas por indianos podem desempenhar um papel muito importante nessa aproximação", defendeu o primeiro-ministro.

Uma hora depois, já como convidado de uma conferência da Fundação do Observatório para a Investigação, intitulada "A Índia e o espaço lusófono", António Costa referiu-se a resultados já alcançados ao nível político entre os executivos de Deli e de Lisboa. "Quero aqui sublinhar com júbilo que, durante esta visita, será assinada entre a Índia e Portugal uma declaração conjunta visando a cooperação com países terceiros. Este instrumento assegura o enquadramento para que possamos colaborar em áreas de interesse comum em outros países, nomeadamente lusófonos", disse.

Num dos think thanks mais influentes da Índia, António Costa procurou apresentar Portugal como uma economia aberta, com uma diplomacia multilateralista, desempenhando "um papel de ponte entre diferentes culturas e civilizações". "Se o relacionamento entre a Índia e Portugal tem uma longa e riquíssima história, ele assume também um futuro promissor. Somos velhos conhecidos e podemos ser cada vez mais novos parceiros. A Índia é uma grande potência do presente e do futuro", declarou.

Já no período de perguntas, António Costa foi questionado por sobre "o enorme peso" que as empresas chinesas têm na economia portuguesa, algumas delas concorrentes de importantes firmas da Índia. O primeiro-ministro voltou então a recorrer à imagem de Portugal como um país de economia aberta, alegando, depois, que Portugal "não tem apenas investimento directo chinês, como também norte-americano, brasileiro ou de países europeus".

"Somos um país de portas abertas e o investimento directo estrangeiro tem sido muito bem-sucedido em Portugal. É com gosto que aguardamos investimento indiano", completou o primeiro-ministro. António Costa foi também questionado sobre a forma como Portugal poderá ajudar a aproximar a Índia de Moçambique, país com o qual possui relações históricas.

"É precisamente aqui que a cooperação trilateral tem grandes vantagens. Portugal tem uma presença forte em Moçambique a todos os níveis, mas a Índia também pode ajudar Portugal em mercados asiáticos que conhece bem", exemplificou o líder do executivo português.

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