Plano de acção do Montepio para 2017 aprovado por unanimidade

Está previsto que o banco vai reforçar os níveis de capital e fluidez mantendo o processo de reorganização e redução de custos.

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Plano de acção do banco Montepio foi aprovado por unanimidade pelos 23 menbros que compõem a assembleia-geral pcm patricia martins

A assembleia-geral da Caixa Económica Montepio Geral aprovou, na quarta-feira, o plano de acção para 2017, no qual o banco mutualista se propõe melhorar os rácios de capital e liquidez e reduzir custos, disseram à Lusa fontes envolvidas no processo.

A reunião durou mais de quatro horas, entre as 15h e as 19h30, e terminou com a aprovação por unanimidade, pelos 23 membros que compõem a assembleia-geral, do plano de acção e orçamento para o próximo ano elaborado pela administração do banco Montepio, liderado por Félix Morgado.

Foi ainda aprovada uma recomendação para que o Conselho Executivo da Caixa Económica Montepio Geral leve em conta nas suas políticas as necessidades da Associação Mutualista Montepio Geral, accionista único da Caixa Económica.

Apesar de a unanimidade desta votação, no Grupo Montepio não se vive um momento de consenso quanto ao futuro do grupo, sendo conhecido que o presidente da Associação Mutualista Montepio Geral e ex-presidente da Caixa Económica Montepio Geral, Tomás Correia, e o actual presidente da Caixa Económica Montepio Geral, Félix Morgado, discordam em vários assuntos.

Quanto ao plano de acção para 2017, segundo os documentos disponibilizados na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o banco irá continuar o processo de reorganização e redução de custos. Entre os objectivos para o próximo ano estão "assegurar a sustentabilidade e reforçar os níveis de capital e liquidez" e ainda melhorar a eficiência, nomeadamente através da optimização da "rede comercial e serviços centrais" e da redução dos custos com fornecimentos e serviços externos.

A Caixa Económica Montepio Geral é a principal empresa do Grupo Montepio, tendo apresentado até Setembro um prejuízo de 67,5 milhões de euros, um resultado que compara com perdas de 59,5 milhões de euros de igual período de 2015.

A assembleia-geral da Caixa Económica é composta pelo Conselho Geral da Associação Mutualista, que integra 23 membros, sendo que 12 são directamente eleitos pelos associados (actualmente oito membros da lista que foi encabeçada por Tomás Correia nas últimas eleições e quatro das outras listas concorrentes) e 11 por inerência enquanto membros de órgãos sociais (cinco do Conselho de Administração, três do Conselho Fiscal e três da mesa da assembleia-geral).

Entre os presentes na assembleia-geral desta quinta-feira encontravam-se Tomás Correia e Almeida Serra, contra quem, segundo noticiou, esta quinta-feira, o PÚBLICO, o Banco de Portugal deduziu já acusações por não terem introduzido atempadamente os procedimentos necessários ao controlo interno no banco Montepio de medidas de prevenção do branqueamento de capitais e financiamento ao terrorismo quando eram presidente e administrador da Caixa Económica Montepio Geral.

Após deduzida a acusação, segue-se a fase de defesa, em que os acusados tentarão convencer o supervisor bancário de que não houve erros. Se não o conseguirem fazer haverá lugar a condenações com a aplicação de coimas.

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