O facto de o primeiro concerto dos Capitão Fausto no Coliseu dos Recreios coincidir com a temporada natalícia da Companhia Internacional de Circo revelou-se providencial. Dessa forma o cenário, pouco habitual nos concertos naquela sala, começou logo a ser definido. A banda aproveitará o palco da companhia e actuará no centro do Coliseu, rodeada de público a toda a volta, sem lugares sentados.

O olhar dos espectadores, porém, não se concentrará apenas nos cinco membros da banda. Isto porque, no palco original da sala, estarão nove músicos: Vera Morais e Sophie Perrier (flautas), Luis Perez (oboé), José Conde (clarinete), Tomás Pimentel (trompete), Laurent Rossi (trompa), Diogo Rodrigues (percussões), Luís Montenegro (guitarra acústica) e o contrabaixista Pedro Wallenstein, pai do vocalista dos Capitão Fausto.

“Pode parecer confuso cenicamente, mas acho que vai ter imensa graça. E vamos tentar esmerar-nos no guarda-roupa”, sorri Francisco Ferreira, enquanto Tomás Wallenstein se dirige a Salvador Seabra: “Consegues arranjar uma casaca? Não é um fraque, atenção, é uma casaca." Esta noite confirmaremos se Tomás se apresentará com esmero, enfiado numa casaca. Já bem definido quando da entrevista estava o tom que a banda pretende dar ao concerto. “Estamos a lidar com as músicas tendo em conta este contexto de celebração”, explica Domingos Coimbra. “Ou seja, vamos incluir músicas que já não tocamos há algum tempo, vamos revisitar e dar brilho a outras. Queremos fazer um concerto que inclua as várias fases pelas quais a banda já passou."

Vamos ouvir, portanto, os Capitão Fausto de Gazela, de Pesar o Sol e de Têm os Dias Contados. Vamos ouvir a máquina de precisão que são em estúdio e apreciar o gosto que têm em deixar a música expandir-se ao vivo, livre. E vamos descobrir, cortesia dos nove convidados, novas realidades em canções bem conhecidas.