Obama não promete ficar calado e avisa que a realidade vai "ajustar" Trump

No seu último discurso internacional enquanto Presidente dos EUA, Obama disse que é um cidadão profundamente preocupado com o seu país e por isso não exclui comentários às políticas do seu sucessor.

Obama esteve em Lima, no Peru, depois de visitar a Europa
Fotogaleria
Obama esteve em Lima, no Peru, depois de visitar a Europa AFP/BRENDAN SMIALOWSKI
Obama esteve em Lima, no Peru, depois de visitar a Europa
Fotogaleria
Obama esteve em Lima, no Peru, depois de visitar a Europa Reuters/KEVIN LAMARQUE
Obama esteve em Lima, no Peru, depois de visitar a Europa
Fotogaleria
Obama esteve em Lima, no Peru, depois de visitar a Europa AFP/BRENDAN SMIALOWSKI
Obama esteve em Lima, no Peru, depois de visitar a Europa
Fotogaleria
Obama esteve em Lima, no Peru, depois de visitar a Europa AFP/BRENDAN SMIALOWSKI

Regra geral, depois de saírem da Casa Branca, os presidentes dos EUA não têm por hábito comentar as opções políticas dos seus sucessores. Mas não é certo que Barack Obama se remeta ao silêncio depois de transferir o escritório da Sala Oval para Donald Trump.

"Como cidadão americano que se preocupa profundamente com o seu país, se houver assuntos que tenham menos a ver com propostas legislativas ou batalhas específicas e vão ao centro dos nossos valores e ideais, e se eu pensar que é necessário ou útil eu defender esses ideais, analisarei a situação nesse momento”, disse Obama, citado pelo Guardian.

O ainda Presidente elogiou a postura do seu antecessor George W. Bush, que “não podia ter sido mais gracioso” com a presidência Obama e, por isso, sublinhou que pretende dar a Trump a mesma oportunidade.

“É um trabalho difícil. Tem uma agenda bastante preenchida. É difícil. Um antigo Presidente não precisa de dificultar esse trabalho. Outros Presidentes tomaram decisões diferentes. Esta é a minha”, asseverou Obama. “A minha intenção é, durante os dois próximos meses, terminar o meu trabalho.”

Não obstante, destacou que, enquanto cidadão preocupado com os EUA, irá lutar para defender os ideais e valores norte-americanos.

A realidade vai "ajustar" Trump

No seu último discurso internacional enquanto Presidente dos EUA, Obama comentou também que, ainda que não possa garantir que Trump não vá implementar algumas das medidas que defendeu durante a campanha, “a realidade irá forçá-lo a ajustar-se”.

Questionado sobre como os democratas se deveriam comportar no Senado, cuja maioria está na mão dos republicanos, Barack Obama rejeitou a ideia de que os democratas devam replicar a estratégia republicana de rejeitar um candidato para o Supremo Tribunal. “Não foi para isso que os norte-americanos nos enviaram para Washington”, vincou Obama.

“Quero respeitar a Presidência e dar ao Presidente eleito uma oportunidade para avançar com a sua estratégia e argumentos sem ninguém intervir”, disse.

Num comentário ao que correu mal na campanha democrata, Barack Obama considerou que um dos erros da candidata derrotada Hilary Clinton foi adoptar durante a campanha um discurso demasiado dirigido às minorias, argumentando que a campanha falhou no esforço de envolver todo o país no diálogo. 

Golfe e nomeações

Durante este fim-de-semana, Donald Trump esteve reunido com possíveis membros da sua futura administração num dos seus resorts de golfe em Nova Jérsia.

Entre alguns dos nomes que marcaram o encontro esteve o, nas palavras de Trump, “muito impressionante” general James "Mad Dog" Mattis, um dos nomes possíveis apontados para assumir a liderança da Secretaria da Defesa dos EUA.

Mattis foi chefe do Comando Central das Forças Armadas dos EUA entre 2010 e 2013 e é conhecido pelas suas polémicas declarações. Em 2005 recebeu uma repreensão escrita por declarações numa conferência onde dizia "vou ser franco convosco: eu gosto de envolver-me em brigas", acrescentando que tinha "muito gozo" em abater homens no Afeganistão. 

Sugerir correcção
Ler 2 comentários