Trabalhadores e utentes em protesto contra "destruição" dos transportes públicos

A iniciativa acontece esta quinta-feira às 18h, no Cais do Sodré, em Lisboa.

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Promotores do protesto exigem contratação de trabalhadores e verbas para manutenção de comboios e barcos Rui Soares

“Fartos de promessas e desculpas”, e convictos de que é preciso adoptar medidas “urgentes e inadiáveis para inverter o rumo de destruição dos transportes públicos” de Lisboa, trabalhadores e utentes vão promover esta quinta-feira uma “concentração-protesto”. A iniciativa acontece às 18h, no Cais do Sodré.

“Durante cinco anos foi sempre para pior: aumentaram preços, reduziram a oferta, baixaram a fiabilidade”, constatam a Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans) e a Comissão de Utentes dos Transportes de Lisboa, que são as entidades organizadoras do protesto.

Nos folhetos de divulgação da iniciativa aponta-se o dedo ao Governo de Passos Coelho, “que quis destruir todos os serviços públicos e transformá-los em negociatas”, e sublinha-se que aquilo que com isso se conseguiu foi transformar os transportes públicos “num caos”. Quanto ao executivo liderado por António Costa, os contestatários reconhecem que este “não prosseguiu a mesma política” do anterior, mas acusam-no de até aqui se ter “limitado a fazer promessas, a adiar soluções urgentes e a desculpar-se com as pressões externas”.

De acordo com os representantes dos trabalhadores e dos utentes, “faltam trabalhadores”, “adiaram-se investimentos”, “desinvestiu-se na manutenção” e deixaram-se “estações ao abandono”. Face a isso, exigem-se ao Governo e às empresas de transportes “respostas urgentes”, “que acabem com os tempos de espera excessivos, com os preços abusivos, com a degradação da qualidade, da fiabilidade e da segurança”.

Para a Fectarns e para a Comissão de Utentes dos Transportes de Lisboa, entre essas respostas está a contratação de trabalhadores, “necessários para repor a oferta de transporte e para devolver a qualidade ao sistema”. “Em Março prometeram 30 novos maquinistas para o metro, dos 45 que faltam, mas ainda não entrou um e estamos a acabar Setembro”, acusam, acrescentando que falta também pessoal “na Carris, na Transtejo, na Soflusa, na CP e na EMEF”.

A lista de exigências feita inclui também a libertação das “verbas necessárias para se fazer a manutenção dos comboios e dos barcos”. Para os promotores do protesto desta quinta-feira, é um “escândalo” que estejam “18 comboios parados no metro à espera de peças enquanto os utentes vão ouvindo desculpas sobre atrasos e anúncios de supressões ou circulações reduzidas”.

Outra das respostas preconizadas é o avanço de “investimentos urgentes e inadiáveis”, como o alargamento do cais da estação de Arroios do Metropolitano de Lisboa, por forma a que os comboios que circulam na Linha Verde possam passar a ter seis carruagens. Quanto à linha ferroviária de Cascais, trabalhadores e utentes consideram que “não é possível continuar a adiar a modernização, ou o sistema ainda colapsa”.

“Queremos um sistema público de transportes públicos acessível e de qualidade e vamos lutar por ele”, rematam os organizadores do protesto nos folhetos.

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