Governo "não se vai imiscuir" nas decisões da Madeira, diz ministra

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Constança Urbano de Sousa, ministra da Administração Interna Enric Vives-Rubio

A ministra da Administração Interna vincou nesta quinta-feira que o Governo da República "não se vai imiscuir" nas decisões tomadas pelo Governo Regional da Madeira em matéria de pedido de auxílio de meios para combate a incêndios.

"A questão da Madeira e da Protecção Civil da Madeira é uma questão autonómica. O Governo Regional da Madeira tem autonomia para decidir em termos de protecção civil os meios de que necessita. Não é o Governo da República que se deve imiscuir nessa questão. Neste momento tem que se fazer um estudo para saber da viabilidade desses meios na Madeira", referiu Constança Urbano de Sousa.

O momento escolhido pelo Governo Regional da Madeira para pedir ajuda ao Governo da República no combate os incêndios na ilha tem sido criticado, ao mesmo tempo que se discute a possibilidade da Madeira ter meios aéreos.

A governante falava em Gondomar, distrito do Porto, um dos concelhos mais fustigados pelos incêndios nos últimos dias, tendo apontado que até ao dia 16 inclusive "espera-se um aumento das temperaturas" e que "o grande inimigo dos incêndios é o vento".

A ministra da Administração Interna também falou do pedido de auxílio que Portugal fez à Rússia, mas vincou não existirem estimativas quanto a uma resposta.

"Foi feito um pedido por parte de Portugal ao abrigo de um protocolo que temos e na sequência de uma disponibilidade que a Federação Russa sempre nos manifestou. Aguardamos", disse Constança Urbano de Sousa.

Quanto aos aviões Canadair vindos de Marrocos, esses chegaram de madrugada e estão a operar em Castelo de Paiva, distrito de Aveiro, enquanto o Canadair que virá de Itália chega cerca das 13h a Portugal.

"Ainda não foi definido onde irá operar. Irá para onde se revelar necessário", disse a ministra, somando, no que diz respeito a meios aéreos, dois Canaders espanhóis que operam, ao abrigo de um protocolo de cooperação transfronteiriça, no distrito de Viana do Castelo, e dois portugueses que estão em Arouca, Aveiro.

Sobre os meios russos que foram pedidos, Constança Urbano de Sousa explicou que em causa estão meios "normalmente muito eficazes, com grande capacidade de projecção de água no terreno", remetendo para a marca Beriev.

"Esta ajuda internacional é a ajuda que conseguimos ter neste momento e estamos muito agradecidos. São meios pesados que se somam aos nossos 47 meios aéreos que têm estado no teatro das operações", resumiu a governante, antes de deixar um "profundo agradecimento" aos bombeiros, bem como a todas as forças e entidades que têm estado a combater incêndios em território português.

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