Bruxelas considera "prematuro" definir prazo para decisão final sobre CGD

Comissária europeia garante que processo para a recapitalização do banco público “está a avançar”.

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Comissária Margrethe Vestager foi parca em explicações sobre a CGD. REUTERS/Sebastien Pirlet

A comissária europeia responsável pela Concorrência, Margrethe Vestager, afirmou esta quinta-feira, em Bruxelas, ser "ainda prematuro" avançar com uma data para uma decisão final sobre a recapitalização da Caixa Geral de Depósitos (CGD).

Em conferência de imprensa, a responsável - que se escusou a dar mais pormenores sobre o processo - referiu estar a "trabalhar muito de perto com as autoridades portuguesas", acrescentando que o processo "está a avançar e tem sido muito construtivo, mas que "é ainda prematuro para dizer quando se poderá ter uma decisão final".

Explicando que o processo pode passar por um "investimento como qualquer outro" no mercado livre ou pela opção de apoio estatal, Vestager reafirmou ser "prematuro para dar mais pormenores", mas acrescentou que a Comissão trabalha no "caminho definido pelas autoridades portuguesas". "Tentamos fazer o melhor para responder e que seja reconhecível, por todos, que os investimentos estão a ser feitos num quadro de princípio de investidor num mercado de economia", disse.

A comissária referiu que este dossier está muito dependente de como o "Governo português e as autoridades querem fazer avançar o processo, baseado nos seus desejos de como a Caixa deve funcionar no futuro".

A Caixa Geral de Depósitos tem estado no centro do debate público, num momento em que está em processo de mudanças, com reestruturação do grupo e alterações na equipa de gestão, que se tem atrasado devido à falta de acordo entre o Governo e Bruxelas quanto ao aumento de capital do banco, que poderá ascender a 5000 milhões de euros.

Entretanto, já tomaram posse os membros da Comissão Parlamentar de Inquérito ao banco público, estando agora os deputados a discutir quando serão as primeiras audições.

No final de Junho, PS, Bloco de Esquerda e PCP chumbaram o projecto do PSD e CDS-PP para a realização de uma auditoria externa à CGD e Banif por "inconstitucionalidade" e "ilegalidade" regimental.

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