A muralha da China contra o Facebook está a cair?

Depois da visita do CEO do Facebook ao país, a empresa venceu um processo judicial contra uma empresa chinesa por apropriação intelectual da empresa criada por Zuckerberg.

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A rede social está bloqueada pelo Governo chinês ROBERT GALBRAITH/Reuters

Um tribunal de Pequim deu razão a Mark Zuckerberg num processo contra a Zhongshan Pearl River, uma empresa chinesa de produtos alimentares refrigerantes que em 2014 registou a marca “Face book”. O tribunal considerou que a empresa chinesa tinha “violado princípios morais” com uma “intenção óbvia de duplicar e copiar uma marca de relevo, [o Facebook]”, escreve a BBC.

Este não é um problema isolado. É frequente o Ocidente enfrentar processos judiciais de violação de marcas registadas contra empresas chinesas. Recentemente, por exemplo, a Apple perdeu um caso contra uma empresa chinesa que vende mochilas e peças de couro com o nome IPHONE. A lei chinesa exige às empresas estrangeiras que "provem" que as suas marcas são amplamente reconhecidas na China para avaliar se existe, ou não, uma violação de propriedade intelectual, explica o Financial Times.

Recorde-se que a rede social mais popular do mundo está bloqueada na China, apesar das tentativas de aproximação do CEO do Facebook, que em Março visitou o país da Grande Muralha. Durante a sua visita, Zuckerberg esteve reunido com algumas das mais influentes figuras chinesas: Liu Yunshan, secretário do Partido Comunista Chinês, e Jack Ma, filantrópico e guru, mundialmente conhecido. E apesar dos elevados níveis de poluição que atingem a capital chinesa, Zuckerberg não dispensou uma corrida junto à Cidade Proibida. Um golpe publicitário de charme, afirmam os críticos.

Resultado da visita do CEO do Facebook ou não, certo é que a decisão do tribunal levou mesmo a imprensa chinesa a especular sobre uma eventual flexibilização da China face à utilização do Facebook no país. Há quem através de VPN's e alguma agilidade e conhecimento técnico consiga contornar as proibições e usar (ilegalmente) o Facebook e o Twitter, também bloqueado.

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