Terror, refugiados e o dilema americano

A saga dos refugiados tem agora nos Estados Unidos da América um palco de fortes tensões. Barack Obama comprometeu-se a receber 10 mil, vindos da Síria, em 2016, mas a Câmara dos Representantes praticamente fechou-lhes as portas. Não apenas os republicanos (242 em 246), mas também 47 democratas (em 188), e isso, para Obama, é um duro golpe. Golpe que ele irá, já o disse, rechaçar com um veto, mas não resolverá o principal: o ódio e o medo que alastram, a pretexto de que, com os refugiados, virão terroristas. Donald Trump, por exemplo, ao ver “homens jovens e fortes” entre os refugiados (teriam que vir apenas velhos, mulheres e crianças?!), imagina-os possíveis partidários do ISIS e acha que não se pode correr riscos. O problema é que a vida é um risco. Viu-se no 11 de Setembro, e os assassinos não eram refugiados. Viu-se em Paris e os terroristas eram, na sua maioria, franceses. Não correr riscos é virar as costas à vida e ao mundo.

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