Vendas da Alibaba no “dia dos solteiros” superam receita anual do Facebook

Gigante do comércio electrónico chinês volta a bater recorde de vendas num só dia.

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Jack Ma, o fundador da Alibaba, festeja o novo máximo de vendas REUTERS/Kim Kyung-Hoon

A Alibaba, a empresa que domina 90% do comércio electrónico da China, voltou esta quarta-feira a bater recordes no denominado “dia dos solteiros”. De acordo com os números agora divulgados, o volume de vendas realizadas superou os 14 mil milhões de dólares (cerca de 13 mil milhões de euros).

O “dia dos solteiros” é festejado na China no dia 11 de Novembro por causa dos quatro “uns” que estão associados à data. A partir de 2009, a Alibaba, que conta com sites de vendas dos mais diversos tipos de bens como o Taobao e o Tmall, começou a fazer promoções, especialmente de produtos informáticos, destinadas principalmente aos solteiros, numa espécie de alternativa ao “dia dos namorados”.

O sucesso da iniciativa, que entretanto se estendeu a outras empresas, tem vindo a crescer de forma impressionante, acompanhando também o aumento vertiginoso da utilização da Internet na China, um país que conta com quase 700 milhões de utilizadores.

Esta quarta-feira, de acordo com os responsáveis da Alibaba, as vendas registaram um crescimento muito acentuado face ao mesmo dia do ano passado, quando as receitas foram de 9,3 mil milhões de dólares (cerca de 8,6 mil milhões de euros). Os primeiros mil milhões foram vendidos em apenas oito minutos.

Para se ter uma ideia da dimensão deste evento de um só dia, os 14,3 mil milhões de dólares de vendas conseguidos este ano superam, por exemplo, o total das receitas obtidas pelo Facebook durante todo o ano de 2014 e que foram de 12,5 mil milhões de dólares. Superam também o valor do PIB anual de alguns países de pequena dimensão.

É preciso levar em conta que o enorme volume de vendas não corresponde exactamente a receitas da Alibaba. Das vendas realizadas nos seus sites, a empresa fundada por Jack Ma obtém receitas através da aplicação de comissões e da publicidade que consegue inserir. Talvez por isso, perante um número de vendas tão impressionante, a reacção dos mercados esteve longe de ser entusiástica, tendo as acções da Alibaba em Nova Iorque registado mesmo uma descida ligeira na quarta-feira.

A febre consumista que se regista no “dia do solteiro” na China acontece quando as autoridades do país se debatem com dificuldades em sustentar o ritmo de crescimento económico no país. Pequim está a tentar que a economia passe de um modelo baseado no investimento público e na competitividade das exportações para outro que dependa mais da capacidade de consumo interno e do investimento privado.

No entanto, perante os receios de que nos mercados se tenham entretanto formado bolhas especulativas, o clima de incerteza em relação à economia chinesa tem vindo a acentuar-se nos últimos meses, sendo também motivo de preocupação para as outras potências económicas mundiais.

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