Mais de 150 mil refugiados chegaram às ilhas gregas em Outubro

Frontex registou 1,2 milhões de passagens nas fronteiras europeias este ano

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Um migrante com o seu bebé, à chegada à ilha de Lesbos, na Grécia Aris Messines/AFP

Mais de 150 mil pessoas fizeram a viagem entre a Turquia e a Grécia em Outubro, com a esperança de conseguir estatuto de refugiado na União Europeia – o que elevou para 540 mil o número de migrantes que chegaram às costas das ilhas gregas nos primeiros dez meses deste ano, 13 vezes mais do que no ano passado.

Segundo os mais recentes números da Frontex, a agência europeia de controlo das fronteiras, o resultado produzido por todas estas pessoas em movimento, a maior parte em resultado da guerra na Síria, foi um elevadíssimo número de entradas irregulares em várias fronteiras europeias: 1,2 milhões. Este número reflecte as rotas dos refugiados, entrando e saindo dos países da União Europeia, até chegarem a um país que os acolha, ou ao destino que desejavam. Não significa que tenham chegado à Europa 1,2 milhões de migrantes.

Normalmente, após a chegada à Grécia, que é um país da UE, saem, em direcção à Macedónia e depois à Sérvia (ambos não-UE). Inicialmente, seguiam para a Hungria, já um membro da UE, de onde seguiam para a Áustria e muitos ficam na Alemanha – que em Outubro tinha já 758.473 pedidos de asilo. Mas, depois de a Hungria ter completado o muro com que fechou a sua fronteira com a Sérvia, os migrantes procuraram caminhos alternativos, passando pela Eslovénia e pela Croácia.

Pela Eslovénia passaram já mais de 170 mil pessoas desde meados de Outubro, quando a Hungria encerrou a sua fronteira, e o primeiro-ministro Miro Cerar anunciou esta terça-feira que o seu país ia instalar em breve e temporariamente “obstáculos técnicos ” nas fronteiras para controlar os fluxos, tal como a Áustria já anunciou. “Não vamos encerrar a fronteiras. Mas queremos garantir um fluxo de migrantes controlado e seguro para evitar uma catástrofe humanitária. Não temos meios para assegurar que um grande número de migrantes possam sobreviver ao Inverno na Eslovénia”, defendeu Cerar, citado pela Reuters.

Embora sejam esperados 30 mil migrantes nos próximos dias, a Eslovénia prevê aceitar apenas 6000 por dia.

Este ano, houve uma clara inversão da importância das rotas migratórias. Diminuiu o tráfego da rota do Mediterrâneo central, em que embarcações precárias vindas das costas líbias trazem para o Sul de Itália migrantes africanos, do Norte de África, do Médio Oriente ou até de mais longe.

O número de pessoas que fizeram esta travessia em Outubro foi de 8500 pessoas, metade do registado no ano passado. E nos primeiros meses do ano, 140 mil pessoas fizeram esta perigosa viagem – menos do que as 155 mil no mesmo período do ano passado, contabiliza a Frontex.

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