Mota-Engil sobe capital em 44,6 milhões para retirar subsidiária de bolsa

Família Mota subscreve parte do aumento de capital, a votar no próximo dia 30.

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Mota-Engil dá mais um passo para retirar subsidiária da bolsa de Amesterdão. Dário Cruz/arquivo

Os accionistas da Mota-Engil vão votar no próximo dia 30 o aumento de capital em 44,62 milhões de euros, para 249,256 milhões, para financiar a retirada da subsidiária Mota-Engil África da bolsa de Amesterdão, onde entrou em Novembro de 2014.

Na convocatória para a assembleia-geral, enviada à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), é fixado o aumento de capital de 204.635.695 euros para 249.256.24 euros, a realizar mediante a emissão de 44.620.546 novas acções, com o valor nominal de um euro cada, com um prémio de 1,4814 euros por nova acção e integrado por duas tranches.

A tranche A, num total de 22.738.306 novas acções, destinam-se a ser subscritas por novas entradas em numerário, com direito de preferência dos accionistas (ressalvada a supressão do direito de preferência que tiver sido tomada num outro ponto desta assembleia-geral). A tranche B,  até 31.103.942 novas acções, serão subscritas pela família Mota, através da Mota Gestão e Participações (MGP)- Sociedade Gestora de Participações Sociais S.A.,  e será realizada por entradas em espécie.

Na tranche B, esclarece o grupo construtor, a entrada será constituída por créditos da MGP sobre a Mota-Engil no montante máximo de 77.181.322,69 euros, não podendo o número de acções atribuídas nesta tranche exceder a diferença entre o total subscrito e realizado no âmbito da tranche A e o montante total do aumento de capital (a tranche B).

Na terça-feira, a Mota-Engil anunciou a compra de todas as acções da Mota-Engil África detidas pela MGP e que representam cerca de 12,6% do seu capital social e respectivos direitos de voto, já no âmbito da operação de retirada da empresa da bolsa holandesa.

Na nota então enviada à CMVM, a Mota-Engil acrescentou que, apesar de a transferência de acções já ter sido completada, "a MGP assumiu o compromisso de reinvestir o produto da alienação da sua participação no capital social da Mota-Engil África no mencionado aumento de capital da Mota-Engil".

Para a concretização da operação, os accionistas da Mota-Engil serão chamados a ratificar a designação de um revisor oficial de contas para verificar o crédito que constitui a entrada em espécie a efectuar pela MGP no âmbito da subscrição de acções a realizar através de novas entradas em espécie.

A assembleia-geral terá ainda de deliberar sobre a supressão do direito legal de preferência da MGP quanto à tranche em numerário destinada a subscrição pelos accionistas no exercício do respectivo direito de preferência no âmbito do aumento de capital.

O grupo Mota-Engil decidiu retirar a Mota-Engil África da bolsa de Amesterdão pelo facto de a cotação das acções ter deixado de representar “o justo valor da empresa”, e porque o nível de free float permanecia limitado, com reduzidos níveis de liquidez e negociação.

A  oferta pública de aquisição (OPA) das acções da empresa que pretende pôr um ponto final na história bolsista da Mota-Engil África é lançada pela própria empresa, ao preço de 6,1235 euros por acção.

A entrada em Amesterdão, depois de frustrada a tentativa para a cotar na bolsa de Londres, aconteceu em Novembro de 2014, e foi feita a 11 euros por acção. Os títulos apresentavam uma desvalorização superior a 50%, situando-se ligeiramente acima dos cinco euros, quando foi anunciada a intenção de retirar a empresa de bolsa.

Presente em nove mercados, com destaque para Angola (onde conta com a petrolífera Sonangol como accionista local), a Mota-Engil África tem tido forte peso nas contas do grupo. No entanto, as receitas realizadas no mercado africano caíram 32% no primeiro semestre. Com Lusa

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