Portugal coloca dívida com juros negativos

Emissão de 400 milhões a três meses com juro de -0,013%.

Foto
A redução dos activos reflecte essencialmente a quebra na concessão de novos créditos Susana Vera/Reuters

Portugal colocou esta quarta-feira 1150 milhões de euros, acima do montante indicativo, em Bilhetes de Tesouro (BT) a três e a 11 meses às taxas de juro de -0,013% e 0,021%, respectivamente, inferiores aos leilões comparáveis.

Segundo a página da Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) na Bloomberg, Portugal colocou 400 milhões de euros de BT a três meses a uma taxa média negativa de 0,013%, abaixo da taxa positiva de 0,044% registada no anterior leilão comparável, que se realizou em Junho.

Hoje, o IGCP emitiu também 750 milhões de euros de BT a 11 meses, a uma taxa de juro média de 0,021%, abaixo da taxa registada no leilão comparável anterior, de 0,159%, que também se realizou em Junho.

A agência liderada por Cristina Casalinho anunciou um montante indicativo global entre os 750 e os 1.000 milhões para os dois leilões de hoje de BT, que têm maturidades em Novembro de 2015 e em Julho de 2016.
A procura foi de 3,14 vezes a oferta no leilão a três meses e 2,01 vezes a oferta no leilão a 11 meses.

Steven Santos, do Banco BIG, destacou que a emissão com uma taxa negativa “irá vencer depois das eleições legislativas agendadas para 4 de Outubro, o que revela a confiança do mercado na envolvente política nacional”.

Já para o director de gestão de activos do Banco Carregosa, Filipe Silva, o mais importante não a é questão de a emissão a três meses de BT ser sido feita com juros negativos (ou seja, sem custos para o Estado), mas sim “o facto de as duas taxas serem próximas do zero”, o que  “está a permitir ao país fazer o roll-over da dívida (substituir dívida antiga com taxas ais elevadas por dívida nova com taxas mais baixas) com evidentes ganhos”.

Sugerir correcção
Ler 39 comentários