Um mês depois de ter sido lançado, o serviço de streaming de música Apple Music está a ser testado por 11 milhões de pessoas, segundo números avançados pela empresa de tecnologia norte-americana, que a 30 de Setembro termina o período gratuito da experiência passando a cobrar a utilização do Music através de dois pacotes mensais.

Os números são do vice-presidente da Apple e responsável pelo departamento de serviços e software de Internet, Eddy Cue, avançados numa entrevista ao USA Today. “Estamos entusiasmados com os números até agora”, disse Cue, adiantando que dos 11 milhões de utilizadores, dois milhões optaram pelo plano de família, que permite que até seis pessoas tenham o serviço por 10,99 euros por mês. Os restantes, subscreveram a assinatura individual do Apple Music, que ao fim dos três meses de teste grátis, em Setembro, passa a custar 6,99 euros/mês.

A Apple, que vai competir neste mercado com o até aqui líder Spotify, o serviço sueco de streaming de música, quer ir mais longe e ter 10 vezes mais utilizadores no Music que os 11 milhões actuais.

Até agora, as críticas ao Apple Music têm sido favoráveis, a começar pela possibilidade de se aceder a mais de 30 milhões de músicas, playlists criadas por especialistas e a rádio Beats 1, que emite a partir de Los Angeles, Nova Iorque e Londres, para mais de 100 países. Entre os aspectos negativos, os utilizadores apontaram a duplicação de algumas listas de músicas, a identificação errada de faixas ou a perda de milhares de temas previamente adquiridas no iTunes.

Houve ainda críticas por parte de músicos e artistas, com a cantora Taylor Swift a liderar as queixas contra a Apple. Swift recusou que o seu último trabalho, 1989, estivesse no Apple Music e escreveu uma carta aberta à empresa a lamentar o facto de a Apple não pagar aos autores, produtores ou artistas durante os três meses de experiência gratuita do Music. A Apple acabou por garantir que todos os artistas seriam pagos pelo seu trabalho.

“Estamos conscientes que alguns utilizadores tiveram alguns problemas e detestamos deixá-los mal mas estamos a lançar actualizações o mais rápido possível para resolver essas questões”, disse Cue ao USA Today.

Apesar de a Apple se mostrar confiante com os números que agora apresenta, continua a ter apenas 15% dos 75 milhões de utilizadores que usam o Spotify de forma gratuita, uma opção que tem como contrapartida a interferência da publicidade. Na versão paga, os serviços da Apple e do Spotify ainda não podem ser comparados, sabendo-se apenas que o segundo tinha, segundos números recentes, 20 milhões de subscrições pagas.

O Business Insider fez outras contas e determinou que existem 500 milhões de pessoas com iPhone e que cerca de 60% actualizaram o sistema operativo para a versão iOS 8.4, necessária para usar o Apple Music. Com base nestes dados, o BI concluiu que menos de 5% dos utilizadores de iPhone estarão a testar o Music, uma percentagem muito pequena.