Londres e Paris vão criar "zona segura" em Calais

O objectivo é impedir que os imigrantes ilegais se escondam nos veículos que atravessam o Eurotúnel, com destino ao Reino Unido.

Nasceu um acampamento no último troço da estrada de Calais
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Nasceu um acampamento no último troço da estrada de Calais DENIS CHARLET/AFP
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A vedação de protecção da auto-estrada ainda não está completa DENIS CHARLET/AFP

Os governos de Londres e França querem criar uma "zona segura" no porto de Calais, de forma a impedir que os imigrantes ilegais entrem nos camiões que vão fazer a travessia do Canal da Mancha para chegarem ao Reino Unido.

"Estamos a trabalhar em estreita colaboração com as autoridades francesas para aumentar a segurança nos portos do Norte de França", disse a ministra do Interior do Reino Unido, Theresa May, ao fazer o anúncio da "zona segura" na câmara dos Comuns do Parlamento de Londres.

Na prática, e segundo a explicação da ministra, trata-se da criação de uma zona de espera para 230 veículos pesados que, ali, ficarão protegidos dos imigrantes que tantam entrar nos veículos quando estes fazem a aproximação à zona do Eurotúnel - nas últimas semanas os episódios sucederam-se devido às filas motivadas pela greve no Groupe Eurotunnel SA, que obrigou ao encerramento do túnel sob o Canal da Mancha que liga França e Inglaterra. Entre 21 de Junho e 11 de Julho foram interceptados oito mil pessoas que tantavam passar ilegalmente para o Reino Unido.

Em 2014 a França e o Reino Unido tinham concordado em gastar 15 milhões de euros numa intervenção conjunta que solucionasse o problema dos imigrantes ilegais que se juntam em Calais. Perto de três mil pessoas fugidas da guerra e da instabilidade política nos seus países, sobretudo no Médio Oriente, estão acampadas em Calais, a maior parte junto ao local onde os camiões de transporte de mercadorias abrandam a marcha ou páram.

Três destes imigrantes ilegais ficaram queimados, de segunda para terça-feira, dentro do túnel. Estavam em cima de um autocarro e esbarraram numa estrutura electrificada. Um deles, afegão, está em estado grave; os outros feridos são paquistaneses.

Theresa May disse no Parlamento que 8,4 milhões de euros já foram gastos em medidas, por exemplo a construção de uma vedação na zona de aproximação a Calais e em mecanismos de melhoria do fluxo do tráfego na área. Para já, a empresa que explora o Eurotúnel anunciou que vai distribuir cinco mil folhetos em nove línguas a explicar os riscos a que estas pessoas em trânsito se expõem ao tentarem todos os meios para chegar ao Reino Unido.

 

 

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