Tribunal timorense liberta português detido por suspeita de branqueamento de capitais

Segundo o procurador-geral timorense, José Ximenes, Tiago Guerra é suspeito do crime de branqueamento de capitais com "factos que aconteceram em vários países".

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Tiago Guerra estava preso preventivamente desde Outubro do ano passado Miguel Madeira

O Tribunal de Recurso de Díli, Timor-Leste, alterou a medida de coacção ao português Tiago Guerra, que estava em prisão preventiva por suspeita de branqueamento de capitais, para Termo de Identidade e Residência, disse hoje fonte da defesa. A decisão foi comunicada nesta terça-feira, e Tiago Guerra, que estava detido desde Outubro, já foi libertado e está em casa de amigos.

O cidadão português foi libertado poucas horas após ter sido visitado pela mulher do chefe de Estado timorense, Isabel da Costa Ferreira, e depois de uma campanha de sensibilização levada a cabo por familiares e amigos. Essa campanha suscitou várias acções diplomáticas e políticas nos últimos meses.

Na segunda-feira, o ministro de Estado e da Presidência do Conselho de Ministro de Timor-Leste, Agio Pereira, dissera que a justiça timorense estava a fazer tudo o que é possível para concluir o processo judicial de Tiago Guerra. "Sabemos que o nosso sector de Justiça, sobretudo no âmbito da Procuradoria-Geral da República, está a fazer tudo, dentro do possível, para poder concluir este processo", disse à Lusa Agio Pereira, à margem de uma conferência em Lisboa.

Tiago Guerra, suspeito do crime de branqueamento de capitais, foi detido em Díli, juntamente com a mulher, a 18 de Outubro de 2014. O português estava em prisão preventiva sem acusação formal e a sua mulher, Chan Fong Fong Guerra, está com Termo de Identidade e Residência (TIR), impossibilitada de sair de Timor-Leste. A lei timorense prevê que a prisão preventiva possa ser aplicada durante um ano e meio, renovável por mais um ano em casos de grande complexidade.

"Este [processo] está no âmbito processual da justiça. Já conversei com os seus pais [de Tiago Guerra] aqui [na conferência em Lisboa]. Todos nós somos humanos, sentimos como questões processuais afectam famílias", sublinhou Agio Pereira. "Não é prazer nenhum para o nosso Estado manter pessoas na prisão sem justificação e esperemos que este processo de investigação seja concluído o mais rapidamente possível", disse ainda o ministro timorense.

Oficialmente, e como disse recentemente à Lusa o procurador-geral timorense, José Ximenes, Tiago Guerra é suspeito do crime de branqueamento de capitais com "factos que aconteceram em vários países".

 

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