Henrique Neto admite que gostava de gerir crise política em Belém

Previsão do candidato presidencial vai no sentido das últimas sondagens, que apontam para uma vitória por pouco do PS. "Gostava de ser Presidente da República nessa altura", afirma.

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Rui Gaudêncio

Henrique Neto prevê que nas próximas eleições legislativas o PS vencerá por pouco a coligação PSD/CDS, como indica também o último barómetro da Eurosondagem. Em declarações ao PÚBLICO, à margem de uma visita ao Porto de Sines, o candidato presidencial diz acreditar ser difícil chegar a um entendimento entre partidos se esta previsão acontecer, mas revela que “gostava de ser Presidente da República nessa altura” para coordenar e resolver uma eventual crise política que daí poderia ocorrer.

O candidato presidencial (ainda em fase de recolha de assinaturas) criticou o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho acerca dos elogios proferidos sobre Dias Loureiro. Considera que os enaltecimentos públicos a uma personalidade que se encontra envolvida em questões judiciais são um mau exemplo aos portugueses, uma vez que pode incentivar comportamentos menos lícitos. Henrique Neto afirma ainda que se este acontecimento ocorresse numa empresa e Passos Coelho fosse seu empregado o “despedia na hora”.

Durante a visita ao Porto de Sines, na quarta-feira, “um dos pilares” da sua candidatura, o ex-deputado do PS abordou ainda a recente greve dos pilotos da TAP, afirmando que “é muito difícil actuar em cima do acontecimento. Um bom dirigente é aquele que prevê os problemas e as oportunidades”. Na sua opinião, um Presidente da República deve intervir muito antes de acontecimentos como este se agudizarem, mas mais importante seria “Cavaco Silva ter falado com os pilotos muito antes, não agora. Agora não há nada a fazer”.

Henrique Neto defende um trabalho conjunto entre Presidência e Governo para uma “privatização realista da TAP” e que “servisse bem o país”, mas considera que em clima de eleições legislativas, este não é o melhor momento para privatizações.

Sobre a recente proposta do candidato presidencial Sampaio da Nóvoa que pretende implementar uma Presidência itinerante, assente em vários pontos do país com o intuito de se aproximar da população, Henrique Neto concorda que é uma boa alternativa, mas ressalva que o problema “não é o local onde a Presidência está. O Presidente deve é debater com diversos sectores da sociedade, vendo com eles quais as melhores estratégias para o país e aumentando as exportações que são essenciais para o crescimento da economia”.

A visita ao Porto de Sines, guiada pelo presidente do conselho de administração, João Franco, inseriu-se na visão apresentada por Henrique Neto para a sua candidatura presidencial, visto que acredita que Sines apresenta “um potencial económico imenso” que é preciso rentabilizar “na sua plenitude”. “É necessário aproveitar as capacidades oferecidas pelo Porto de Sines para atrair investimento para a nossa economia”, defende. O candidato acredita que este investimento pode trazer também inúmeros benefícios ao país, assim exista “uma estratégia definida em termos económicos”.

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