Os partidos que vão a votos em Israel

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Isaac Herzog e Tzipi Livni em campanha Baz Ratner/reuters

No centro-esquerda nasceu uma dupla que pode sair vencedora – Herzog e Livni – e, pela primeira vez na história de Israel, o campo dos árabes israelitas uniu-se numa frente única – resta saber se será capaz de formar uma bancada parlamentar sólida

União Sionista
A aliança partidária de centro-esquerda que tomou a frente das sondagens nas últimas semanas de campanha. Tem como líderes Isaac Herzog, do Partido Trabalhista, filho de um antigo Presidente israelita e neto de um dos fundadores do Estado, e Tzipi Livni, defensora do modelo de dois Estados e antiga ministra da Justiça de Netanyahu. Os dois propõem-se a ocupar o cargo de primeiro-ministro em turnos de dois anos. As sondagens atribuem-lhe entre 24 e 25 lugares no Parlamento.               

Likud
O partido de direita do actual primeiro-ministr,o Benjamin Netanyahu, estagnado há semanas nas sondagens, que lhe dão entre 21 e 22 lugares no Knesset. Responsável pela polémica expansão dos colonatos em Jerusalém, Netanyahu reforçou na recta final da campanha a sua oposição à criação de um Estado da Palestina e afirma que apenas o Likud pode garantir a segurança de Israel contra o Irão e contra fundamentalistas islâmicos. 

Lista Conjunta
O bloco de partidos árabes-israelitas a que as sondagens atribuem uns surpreendentes 13 assentos no Parlamento. A Lista Conjunta foi criada através de quatro partidos proeminentemente compostos por habitantes palestinianos em Israel, mas no qual participam também alguns judeus israelitas. A sua composição heterogénea (integram a Lista Conjunta partidos de esquerda, direita, secularistas e islamitas) sugere uma convivência difícil no Parlamento.

Yesh Atid
Partido centrista. Surpreendeu ao conseguir 19 assentos no Knesset em 2013. As sondagens apontam agora para 13 assentos, os mesmos que a Lista Conjunta. O seu líder é Yair Lapid, antigo apresentador de televisão e ex-ministro das Finanças de Netanyahu. Tem-se destacado por apelar a que os judeus ultra-ortodoxos integrem o exército israelita, algo a que estes se recusam.

Casa Judaica
Partido ultranacionalista liderado por Naftali Bennett, actual ministro da Economia e um dos mais pronunciados opositores à existência de um Estado palestiniano. As sondagens atribuem-lhe entre 12 e 13 assentos no Knesset, o que o pode tornar um dos principais aliados do Lilkud.

Kulanu
O partido que pode decidir as alianças pós-eleitorais. Recém-chegado à cena política israelita, o Kulanu surgiu em 2014 pelas mãos de Moshe Kahlon, ex-ministro de Netanyahu. De acordo com as sondagens, o Kulanu pode ficar com oito ou nove assentos no Parlamento. Netanyahu já ofereceu o cargo de ministro das Finanças a Moshe Kahlon, mas este recusou-se até ao momento a apoiar qualquer um dos dois partidos na liderança das sondagens.

Shas
O partido de judeus ultra-ortodoxos sefarditas já foi um dos principais partidos israelitas. Para estas eleições, as sondagens dão-lhe entre sete e oito assentos no Parlamento. Bate-se por melhores condições para os judeus fora da comunidade de asquenazes e já anunciou que está disponível para fazer parte de uma aliança com o Likud.

Judaísmo Unificado da Torah
O partido composto por judeus ultra-ortodoxos asquenazes poderá ter entre seis e sete lugares no Parlamento. Representa o crescimento da comunidade haredi, um grupo caracterizado por estar tendencialmente afastado da vida cívica e que tem sido objecto de um debate recente em Israel sobre as excepções de que gozam. Podem integrar uma aliança com o Likud ou com a União Sionista.

Yisrael Beitenu
À semelhança do Casa Judaica, Yisrael Beitenu é um partido ultranacionalista secular. O seu líder, Avigdor Lieberman, o actual ministro dos Negócios Estrangeiros, tem-se destacado nas eleições por ataques duros contra os árabes. As sondagens atribuem-lhe seis assentos no Parlamento.

Meretz
Em tempos o partido de referência da esquerda em Israel, o Meretz arrisca-se a não cumprir o mínimo de assentos necessários para entrar no Parlamento. As sondagens dão-lhe cinco lugares no Knesset, o mínimo exigido.

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