Governo defende que TAP só será competitiva com entrada de capital privado

Inauguração da exposição “70 anos a voar/A Linha Imperial: uma ponte entre a Europa e África”.

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O objectivo de extinguir a FCM foi anunciada por Sérgio Monteiro em Setembro de 2011 Enric Vives-Rubio

O secretário de Estado dos Transportes defendeu neste sábado que só através da privatização entrará o capital necessário para tornar a TAP mais competitiva e moderna, garantindo que a empresa é e será sempre uma companhia de bandeira nacional.

O secretário de Estado das Infraestruturas, Transportes e Comunicações, Sérgio Monteiro, esteve na inauguração da exposição “70 anos a voar/A Linha Imperial: uma ponte entre a Europa e África”, que decorreu no Museu do Ar, em Sintra.

Na sua intervenção inicial, Sérgio Monteiro afirmou que a companhia aérea é e será sempre uma companhia de bandeira portuguesa, e disse que o seu objectivo, enquanto responsável sectorial, é criar condições e garantias para que o futuro da TAP se faça com os seus trabalhadores.

Em declarações aos jornalistas, o secretário de Estado disse não existirem ainda propostas entregues e lembrou que a data limite é o dia 15 de maio.

“Seria estranho que dois meses antes elas já existissem. Como sabem, estão a existir um conjunto de reuniões e conversas quer com o Governo, quer com a própria gestão da TAP, (…) tem sido disponibilizado aquilo que se chama o plano de negócios para os próximos anos, os potenciais candidatos estão a olhar para essa informação e estão a tomar as suas decisões sobre se apresentam proposta ou não”, adiantou o secretário de Estado.

Sérgio Monteiro afirmou mesmo que, se até ao dia 15 de maio, não aparecerem propostas, “acontecerá o mesmo que aconteceu em 2012”.

“O processo não prosseguirá, em 2012 já foi isso que aconteceu. O que nós queremos de facto garantir são as condições para que apareçam [propostas], mas se não aparecerem a companhia não fechará no dia a seguir, nem estará em causa a sua sobrevivência”, explicou o secretário de Estado.

O presidente da TAP, por seu lado, deixou a certeza de que existe “um grupo bastante grande de interessados muito fortes” na TAP, com capacidade para capitalizar e suportar a empresa.

“Eu acho que sim [que a empresa vai ser privatizada] e que estes 70 anos vão ser muito bem comemorados. Eu não tenho nenhuma preocupação com o futuro da empresa, muito pelo contrário, deixa-me muito mais tranquilo”, sublinhou Fernando Pinto.

Na opinião do secretário de Estado, a privatização é a única solução para a empresa se modernizar e conseguir fazer frente aos desafios dos mercados.

“Se queremos a TAP a voar para novos destinos e queremos renovar a frota e não temos condições para continuar a endividar a companhia ao ritmo que ela se endividou nos últimos anos, nós só temos uma alternativa, que é conseguir capital para a companhia”, sustentou Sérgio Monteiro.

De acordo com o secretário de Estado, ter uma TAP mais pequena é uma “inevitabilidade” se a empresa não conseguir ter os mesmos meios que as outras companhias que operam no mercado do transporte aéreo.

Questionado sobre a manifestação de hoje à tarde de trabalhadores da TAP contra a privatização da empresa, o secretário de Estado defendeu que “discutir o accionista da empresa e não o futuro é passar um atestado de menoridade aos trabalhadores”.

“Os trabalhadores são obviamente livres de expressar a sua opinião, mas fazer depender o futuro da TAP, a sua sobrevivência, o seu crescimento, de ela ser pública ou privada, é passar um atestado de incompetência aos trabalhadores, à gestão e à sua capacidade de tomar decisões”, defendeu.

 

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