PCP defende que mais mulheres nas empresas não diminui discriminação

Governo anunciou que quer 30% de mulheres nos conselhos de administração das empresas até final de 2018.

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Tsipras conquistou a fidelidade de muitos jovens, cujas vidas orbitam à volta de salários precários e trabalho pouco qualificado Miguel Manso

O PCP defendeu esta segunda-feira que o aumento do número de mulheres nas administrações das empresas cotadas em bolsa, medida anunciada no final do Conselho de Ministros, não diminui a discriminação e exploração desta classe.

"O aumento do número de mulheres nas administrações das empresas, cotadas ou não em bolsa, em nada altera as contradições insanáveis entre o capital e o trabalho que usa e abusa das discriminações das trabalhadoras como instrumentos de aumento da exploração", afirmou Fernanda Mateus, membro da Comissão Política do Comité Central do PCP.

No dia 5 de Março, no final do Conselho de Ministros, o Governo anunciou que iria iniciar negociações com as empresas cotadas em bolsa, para que estas se comprometam a incluir pelo menos 30% de mulheres nos respectivos conselhos de administração até ao final de 2018.

Numa conferência de imprensa a propósito do Dia Internacional da Mulher, que se assinalou a 8 de Março, Fernanda Mateus salientou também as desigualdades salariais entre mulheres e homens, referindo que as medidas políticas de igualdade de género "não dão direito à igualdade na vida para as trabalhadoras" da administração pública e do sector privado.

O PCP sublinhou também a "necessidade de criação de programas específicos de proteção e acompanhamento, que garantam, na prática, um efectivo apoio às vítimas" de violência doméstica, dado que as medidas tomadas até agora "não têm sido suficientes para combater de forma efectiva este inaceitável flagelo".

Fernanda Mateus vincou também que a legalização da prostituição é a "legalização de um crime" e que "preconiza a incorporação no Produto Interno Bruto das vultuosas receitas geradas por este sórdido negócio, o que ajusta plenamente às soluções para a atual crise do capitalismo de tudo mercantilizar".

A dirigente realçou ainda a "criação de um Plano de Combate à Exploração na prostituição" e a "urgência de eliminar de todos os documentos, campanhas ou outros instrumentos de intervenção das instituições públicas em geral de referências à falsa distinção entre prostituição forçada e voluntária".

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