Palestiniano ataca passageiros de autocarro em Telavive

Netanyahu diz que a Autoridade Palestiniana está a incentivar uma campanha contra o Estado hebraico.

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Três pessoas ficaram com ferimento sgraves no ataque ao autocarro 40 AFP

Um palestiniano de 23 anos, armado com uma faca, atacou os passageiros de um autocarro em Telavive. Doze pessoas ficaram feridas, três delas com gravidade, além do atacante, que foi travado por um polícia que o baleou numa perna.

O ataque ocorreu às 7h15 da manhã. A carreira 40 seguia pela Avenida Menachem Begin, uma das mais movimentadas da cidade na hora de ponta, quando o homem esfaqueou o motorista. Apesar de ferido, este reagiu com um spray de gás pimenta.

Apercebendo-se do que se passava, os passageiros precipitaram-se para a porta do autocarro, junto da qual estava o atacante, o que fez aumentar o número de feridos, disse a porta-voz da polícia israelita, Luba Samri, classificando o ataque de "terrorista".

O atacante foi identificado: é um palestiniano de Tulkarem, na Cisjordânia ocupada, que vivia ilegalmente em Israel, disse Samri. Foi travado por um polícia de uma prisão que seguia no seu automóvel atrás do autocarro e se apercebeu do que se passava.

"Íamos num carro que seguia atrás do autocarro quando, de repente, vimos as pessoas a sair e a gritar histericamente. Não sabíamos o que se passava, mas tivemos medo de que nos viessem atacar a seguir. Depois chegaram as ambulâncias e levaram toda a gente dali", disse uma testemunha ao site noticioso israelita Ynet.

O incidente não foi um acto isolado – este tipo de ataques tem sido frequente nos últimos meses em Israel. Tudo indica, porém, que sejam actos de "lobos solitários", que não obedecem a um comando.

Em Novembro, dois palestinianos de Jerusalém Oriental, armados com um cutelo e uma arma, mataram quatro rabinos e um polícia numa sinagoga de Jerusalém Ocidental. Na cidade ocorreram mais dois ataques letais deste tipo. Nenhum deles foi reivindicado. Esta quarta-feira, contudo, um membro do gabinete político do Hamas, o partido que controla a Faixa de Gaza, considerou o acto "heróico".

"O ataque desta manhã foi um acto arrojado e heróico e uma resposta natural aos crimes de ocupação e terrorismo contra o povo palestiniano", disse Izzat al-Risheq.

O Governo israelita considerou que estes actos fazem parte de uma estratégia palestiniana – que diz ser conduzida por todos, incluindo o presidente da Autoridade Palestiniana, Mamoud Abbas – contra Israel. Benjamin Netanyahu, o primeiro-ministro, comparou mesmo o assalto ao autocarro com o ataque terrorista que matou, em Paris, quatro judeus.

"O ataque terrorista em Telavive é o resultado directo do incitamento venenoso que a Autoridade Palestiniana dissemina contra os judeus e o seu Estado, o mesmo terrorismo está a tentar atacar-nos em Paris, em Bruxelas e em todo o lado", disse Netanyahu.

Abbas pediu às Nações Unidas, com sucesso, a adesão da Palestina ao Tribunal Penal Internacional (TPI), com o objectivo de pedir a abertura de investigações para apurar se foram cometidos crimes de guerra por parte dos israelitas; e pediu, por duas vezes (ambas rejeitadas), ao Conselho de Segurança da ONU que defina um prazo para a retirada israelita dos territórios ocupados.

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