Congresso PSD-Madeira aclamou Jardim e o seu rival Albuquerque

Marco António Costa garantiu ao novo líder o apoio da direcção nacional do partido nas “boas e nas mais difíceis" situações.

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Jardim passou o poder a Albuquerque no Congresso do PSD-Madeira este fim-de-semana Daniel Rocha

Com aplausos unânimes ao novo líder Miguel Albuquerque e a eleição por aclamação de Alberto João Jardim, ausente, como presidente honorário, encerrou o XV Congresso Regional do PSD-Madeira, realizado sob o signo da “Renovação”.

“A partir de hoje estamos unidos para que o PSD continue a ser a solução para o futuro da Madeira”, afirmou o novo presidente dos sociais-democratas. “Voltou-se o feitiço contra o feiticeiro. Este congresso é a primeira derrota da oposição e dos nossos adversários políticos”, assegurou Albuquerque, reiterando como objectivo atingir a maioria absoluta “não para manter a prepotência”, mas para garantir a estabilidade governativa necessária para debelar a crise regional.

Com uma entrada sem quaisquer efeitos especiais, visuais ou sonoros, para distanciar-se da postura de Jardim, sempre festivamente recebido em congressos e comícios como “único importante”, Albuquerque foi, no discurso de encerramento do congresso que o consagrou líder, dezenas de vezes interrompidos pelos militantes com aplausos a medidas de ruptura total com o jardinismo.

“Não temos medo da mudança”, “é nossa obrigação rever o que está mal”, assegurou Albuquerque ao enunciar medidas incluídas na moção de estratégia que até agora eram defendidas pela oposição e sistematicamente rejeitadas pelo partido governamental. E, noutra demarcação do seu antecessor, Albuquerque assegurou também que não usará " a ofensa, o enxovalho público ou a injúria como instrumento político de arremesso".

Orador convidado na sessão de encerramento, com o líder do PSD açoriano Duarte Freitas, o vice-presidente do partido Marco António Costa expressou a total solidariedade a Albuquerque, "um político de convicções e ideias objectivas". Elogiou a "genialidade e capacidade inovadora" do novo líder, prometendo-lhe apoio "em todas as situações, nas boas e nas mais difíceis", apoio que Jardim diz não ter tido do partido e o governo sob a chefia de Passos Coelho.

"Temos procurado mostrar aos portugueses um caminho de confiança, de verdade e de esperança", afirmou Marco António, lembrando que o governo recebeu um país "carregado de nuvens negras" mas conseguiu, ao fim de três anos, atingir um cenário bem mais favorável. "Todos sabemos o que o passado nos deixou, mas o que queremos é olhar para o futuro, como aqui na Madeira”, frisou, assegurando que o PSD está preparado para ganhar eleições e continuar a governar na região.

No congresso, todos enterraram os machados de guerra em que se transformou a recente disputa das eleições internas, ameaçadas de impugnação pelo líder cessante, opositor também da antecipação do congresso electivo. Apesar de ter entrado em ruptura com Jardim, Albuquerque justificou a proposta da sua designação para presidente honorário do PSD-Madeira como “uma homenagem justa a uma pessoa que deu o seu melhor ao serviço da Região”, durante quase quatro décadas. “Todos os percursos são humanos, têm as suas falhas, mas temos de ser justos e fazer uma avaliação positiva do serviço relevante que Alberto João Jardim prestou à Madeira”, justificou.

Depois da unanimidade registada sábado na votação das alterações aos estatutos regionais do partido, os congressistas votaram unanimemente a moção de estratégia global apresentada por Albuquerque e aprovaram, sem votos contra, as moções dos candidatos adversários. Nos órgãos eleitos em lista única, o novo líder incluiu representantes de todas as tendências expressas nas recentes directas internas, cabendo aos concorrentes Manuel António Correia e Miguel Sousa liderarem o conselho regional, a Sérgio Marques o novo Gabinete de Estudos e a Cunha Silva figurar em segundo lugar na lista para as regionais, logo depois do líder, para ser proposto ao lugar de presidente da Assembleia Legislativa da Madeira.

 

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