Bolsa de Lisboa cai 1,92% em mais um dia de apreensão com incerteza na Grécia

Mercados europeus seguem negativos, pressionados com quedas da banca.

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Instabilidade na Grécia assusta investidores. Rafael Marchante/Reuters

Os mercados accionistas europeus seguem esta terça-feira todos a negociar em queda, com a bolsa de Lisboa a liderar as perdas, ao recuar 1 92%.

A queda dos mercados europeus, a que já se juntou também a bolsa italiana, a recuar 0,23% (FTSE MIB), é explicada pela apreensão gerada pela antecipação das eleições na Grécia, numa altura em que o partido Syrisa, contestatário das medidas de austeridade, lidera as intensões de voto.

As declarações do primeiro-ministro conservador Antonis Samaras sobre as eleições legislativas vêm colocar mais pressão sobre os mercados, ao afirmar que dia 25 se vai decidir "a permanência do país na Europa".

A exposição dos bancos europeus à dívida grega torna o sector mais vulnerável, pelo receio dos investidores de que volte a colocar-se, novamente, a possibilidade de reestruturação da dívida grega ou saída do euro. 

Os mercados accionistas também estão a ser “arrastados” por uma nova queda do preço do petróleo. O Brent, referência para a Europa, voltou esta terça-feira a baixar dos 60 dólares, negociando a 57,30 dólares o barril.

Na Venezuela, um dos maiores produtores mundiais de petróleo, o preço do barril caiu para 48 dólares, um valor que contrasta com os 95 dólares em Setembro.

O Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, acusou esta terça-feira os EUA de estar a travar uma "guerra pelo petróleo".

A dependência que alguns países, como é o caso da Venezuela, mas também de Angola, têm das receitas do petróleo para pagar o serviço da dívida e a fornecedores de bens e serviços é outro dos factores de perturbação nos mercados financeiros.

A bolsa portuguesa segue a cair mais do que a grega, onde o FTSE/ASE recua 1%. Paris recua 0,7%, Frankfurt, Londres e Madrid deslizam cerca de 0,6%.

Na bolsa de Lisboa, o BCP já fixou mínimos de 2013, abaixo dos 0,07 euros, mas já recuperou essa barreira. O banco segue a cair 3,53%.

O BPI já deslizou mais de 4%, seguindo a perder 3,03%.

A queda do petróleo está a afectar a Galp, que desliza 2,5%, num dia em que anunciou a comerciabilidade de três novos campos de petróleo e gás no Brasil.

Em forte queda está igualmente a PT, segue a deslizar 3%, para 0,89 euros. No arranque, a PT fez um mínimo do ano em 0,85 euros, caindo mais de 7%.

Prejudicadas pela exposição a Angola estão a Mota-Engil e a Teixeira Duarte, a perder 1,5% e 2,04%, respectivamente.

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