Cavaco diz que Timor-Leste teve uma reacção “desproporcionada” no caso dos magistrados

Chefe de Estado atribuiu polémica à "falta de experiência diplomática", mas avisa que para além da cooperação judiciária não se deve cortar mais nenhuma relação com Timor-Leste, até porque o país preside à CPLP.

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Cavaco Silva esteve esta segunda-feira em Borba e Estremoz Daniel Rocha

O Presidente da República, Cavaco Silva, acredita que a expulsão de magistrados portugueses a mando do Governo de Xanana Gusmão “foi uma reacção desproporcionada das autoridades timorenses”. E considera que se terá devido a uma “falta de experiência de actuação no campo diplomático” por se tratar de um país com apenas 12 anos de existência.

“Aquilo que aconteceu foi uma reacção desproporcionada das autoridades timorenses e eu lamento profundamente que se tenha posto em causa a competência dos magistrados portugueses”, respondeu o chefe de Estado quando questionado pelos jornalistas em Estremoz. Cavaco Silva disse que tem sido constantemente informado pelo Governo.

O Presidente disse que, tendo em conta esta polémica, se compreende que “seja necessário reexaminar” a cooperação judiciária”. Cavaco disse saber que as ministras da Justiça dos dois países têm estado em contacto e que a ministra timorense se disponibilizou para vir a Lisboa “tentar esclarecer alguns mal-entendidos”.

Cavaco Silva, que em Julho deste ano esteve em Timor-Leste no âmbito da cimeira da CPLP, recordou que é preciso ter em atenção que Portugal tem “uma ligação afectiva muito forte a Timor”, que “lutou muito, como nenhum outro no mundo, para a independência” daquele país”.

“Apesar disto nós devemos continuar a ajudar aquele jovem Estado. Tem apenas 12 anos de existência e não podemos suspender em todos os domínios a nossa cooperação com Timor, até porque ele exerce neste momento a presidência da CPLP”, afirmou ainda o Presidente da República.

 

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