Número de casos de ébola começa a regredir na Libéria

OMS está cautelosa, mas diz que é um sinal de que "a resposta está a conseguir levar a melhor sobre a doença".

Foto
Campanha de educação sobre o ébola na Libéria Reuters

Surgiram os primeiros sinais de retrocesso da epidemia do ébola na Libéria, anunciou a Organização Mundial de Saúde (OMS). A conclusão foi baseada na diminuição do número de enterramentos, novos casos confirmados e internamentos nos hospitais por suspeita da doença.

"Temos que ser cautelosos. Isto não desceu tanto assim. Aquilo que estamos a ver é um declínio na rapidez com que o número de casos estava a aumentar, ao ponto de nos parecer que há um declínio", disse o vice-director da OMS Bruce Aylward.

"Se nos perguntarem se estamos confiantes em como a resposta está a conseguir levar a melhor sobre o vírus, a resposta é sim. Lentamente, estamos a ver os números a regredirem", disse o vice-director.

Para Aylward, o que se está a passar na Libéria é um sinal muito positivo de que seja possível cumprir o objectivo traçado pela OMS: que, até 1 de Dezembro, os países no epicentro da epidemia (Libéria, Serra Leoa e Guiné-Conacri são aqueles com mais casos) tenham posto em prática as medidas necessárias para conter a progressão da doença.

Segundo os novos números divulgados pela OMS, há 13,700 pessoas infectadas com ébola em oito países (a maior parte deles na África Ocidental). Esta quarta-feira deverá sair uma nova estatística de mortes, que deverão superar os cinco mil.

Em mais uma decisão destinada a evitar que a doença chegue a outros países, o Departamento de Defesa dos Estados Unidos anunciou que os militares que participam na luta contra a doença nos países africanos afectados terão de cumprir uma quarentena de 21 dias (o tempo de incubação do vírus do ébola).

Há 600 soldados americanos na Libéria e 100 no Senegal. Não têm contacto com as pessoas infectadas. "A prioridade é a segurança dos nossos homens e mulheres de uniforme e das suas famílias", disse, em comunicado, o porta-voz do Pentágono, o contra-almirante John Kirby.

A decisão confirmou as palavras do Presidente Barack Obama, que dias antes dissera que o pessoal militar vive uma situação diferente do pessoal civil. Obama criticara os três estados (Nova Iorque, Nova Jérsia e Illinois) que decretaram quarentena obrigatória para o pessoal médico que, tendo estado em missões nos países afectados, regressa a casa. Pediu aos estados para levantarem a quarentena, mas explicou que com o pessoal militar teria que ser diferente.

Sugerir correcção
Comentar