Mais de metade das idas ao estrangeiro são organizadas via Internet

População em Portugal recorreu a agências de viagens e operadores turísticos em 29,5% das deslocações para fora.

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As viagens de automóvel foram 82% do total Rui Gaudêncio

A Internet está a ganhar terreno na organização das viagens para o estrangeiro feitas pela população portuguesa. No primeiro trimestre, 54,3% destas deslocações foram preparadas online, uma subida de cinco pontos percentuais face ao mesmo período de 2013.

Já o recurso às agências de viagens e operadores turísticos caiu 5,9 pontos percentuais, com estes profissionais a prestaram serviços em 29,5% das idas para o estrangeiro. Contabilizando também as viagens dentro do país, a Internet foi usada em 11% dos casos, enquanto as agências se ficam pelos 3,8%.

Os dados foram divulgados esta segunda-feira pelo Instituto Nacional de Estatísticas (INE) e indicam que, no primeiro trimestre, foram feitas no total 3,56 milhões de viagens com uma duração de pelo menos uma noite, tanto dentro como para fora do país. Este valor é uma descida de 3,5% em relação ao trimestre homólogo. 

A população em Portugal fez muito menos viagens de férias e de lazer ao longo dos primeiros três meses deste ano. Este tipo de deslocações sofreu uma redução significativa, de 17,8%, face ao mesmo período de 2013. Pelo contrário, o número de viagens profissionais e de negócios subiu 8,3%, ao passo que as deslocações para visitar familiares e amigos cresceram 2,4%.

A redução, no entanto, poderá ser explicada, pelo menos parcialmente, pelo facto de a Páscoa, um período habitual para pequenas férias, ter no ano passado ocorrido no primeiro trimestre, ao passo que este ano aconteceu já no segundo. 

As viagens de automóvel representaram 82% do total das deslocações, essencialmente o mesmo peso que tiveram no primeiro trimestre do ano passado, ao passo que o avião foi usado em 6,9% dos casos (uma descida de 0,8 pontos percentuais). 

Já o alojamento particular gratuito, em casa de amigos ou familiares, foi a opção de 76% dos viajantes, com os restantes a ficarem sobretudo em hotéis ou estabelecimentos similares. 

Para o relatório, o INE entrevista os residentes em Portugal de cerca de cinco mil unidades de alojamento, representando aproximadamente 12 mil pessoas. É considerada uma viagem turística aquela em que as pessoas permanecem pelo menos uma noite fora dos locais de residência, trabalho ou estudo, independentemente do motivo da viagem, o que abrange deslocações profissionais.

Segundo os dados, as idas ao estrangeiro caíram 8%, mas o peso no total manteve-se essencialmente inalterado: entre Janeiro e Março, estas deslocações representaram 8,3% das viagens, uma pequena descida de 0,4 pontos percentuais em relação ao valor registado no primeiro trimestre de 2013. 

É nas viagens profissionais que as idas ao estrangeiro são mais frequentes: praticamente uma em cada três viagens deste tipo é feita para fora do país. Já entre as viagens de férias e lazer, apenas 11,8% são para fora de Portugal. 

Os números mostram ainda que aumentou o peso das deslocações de curta duração, que foram 87,6% de todas as viagens. As viagens longas – ou seja, com mais de três noites – caíram 14,3%.

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