BES contraria Ricciardi sobre aumento de capital do BESI

Na sexta-feira o presidente do BESI tinha anunciado que ia avançar com um aumento de capital.

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José Maria Ricciardi, presidente do BESI Daniel Rocha

O BES acaba de revelar que não está em cima da mesa qualquer alteração na estrutura accionista da sua subsidiária BESI.

O BES acaba de revelar esta quarta-feira ao final da tarde que não está em cima da mesa qualquer alteração na estrutura accionista da sua subsidiária BESI. Ou seja: o BES veio contradizer José Maria Ricciardi, presidente do BESI, que na sexta-feira passada anunciou em comunicado que esta instituição financeira ia avançar com um aumento de capital.

Este "diz-que-diz" constitui um sinal de que a guerra accionista que hoje se desenrola no núcleo duro da família Espírito Santo protagonizada por José Maria Ricciardi e Ricardo Salgado não esmoreceu. “O Banco Espírito Santo esclarece que não está a apreciar nenhuma operação de alteração da estrutura accionista ou do capital da sua subsidiária Banco Espírito Santo de Investimento, da qual detém 100% do capital.” Esta é a única frase da curtíssima nota publicada pelo BES, ainda liderado por Ricardo Salgado, primo direito de José Maria Ricciardi, no site do regulador do mercado de capitais, a CMVM. 

Na sexta-feira passada, depois da ESFG (que possui 25% do BES) ter anunciado que o seu candidato a CEO seria o actual administrador financeiro, Amílcar Morais Pires, José Maria Ricciardi, veio informar que irá autonomizar o BESI do seu accionista de controlo, o BES, o que exigiria um aumento de capital com recurso a novos investidores.

O BESI vai apostar “num projecto de natureza estratégica que pressupõe a separação da banca de investimento da banca comercial”, uma decisão tomada em “harmonia com o modelo de governance que tem vindo a ser desenvolvido no mercado bancário internacional”.

Ricciardi deu ainda conta que se propõe “desenvolver uma parceria internacional que passará por um aumento de capital de significativa envergadura” no BESI. E que esta operação vai contribuir “não só para o reforço da implementação da instituição e da sua capacidade de intervenção no mercado, como ainda para a obtenção de consideráveis benefícios para a economia nacional”. Uma intenção agora chumbada pelo BES, que domina o BESI. 

 

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