Pequenos partidos alemães vão estrear-se no PE

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O partido de Angela Merkel segue à frente nas sondagens Reuters

Na Alemanha, as eleições europeias vão ser marcadas pela estreia de vários partidos no Parlamento Europeu, desde o partido antieuro Alternativa para a Alemanha (AfD) até aos Piratas, passando talvez pela extrema-direita do Partido Nacional Democrata (NPD).

Quanto aos grandes partidos, nada de muito novo: a União Democrata Cristã, de Angela Merkel, continua à frente nas sondagens com 37%, e os sociais-democratas, a que pertence Martin Schulz, apenas obtém 27%. Isto apesar de a maioria dos inquiridos dizer que preferiria ver o alemão Schulz, cabeça da lista do centro-esquerda, à frente da Comissão Europeia (os cabeças de lista dos diferentes grupos têm-se apresentado como candidatos à chefia da comissão): 39% dos inquiridos escolhem Schulz e apenas 22% indicam o seu rival conservador Jean-Claude Juncker.

A falta de correspondência entre a preferência do candidato e a indicação de voto explica-se também porque, segundo a mesma sondagem, um em cada cinco alemães não consegue ligar os candidatos principais aos partidos. 

Quanto aos partidos mais pequenos, a Alternativa para a Alemanha surge nas últimas sondagens com 6% a 7% das intenções de voto, o que corresponde a seis eurodeputados. Nas legislativas de Setembro do ano passado, o partido, estreante de meses na política, obteve 4,6% e por muito pouco não entrou no Bundestag. O partido tem atraído eleitores descontentes com o montante gasto pela Alemanha em empréstimos aos países em crise e defende uma reformulação ou mesmo o fim do euro.

Com 2,2%, o Partido Pirata, antiga promessa de popularidade, poderá chegar a dois eurodeputados, e o partido associado aos neonazis NPD, que nunca conseguiu representação no Parlamento de Berlim, deverá conseguir um eurodeputado. Em último lugar nos elegíveis estarão os Eleitores Livres, conservadores do Sul.

Esta novidade será possível graças a uma decisão de Fevereiro do Tribunal Constitucional alemão, com sede em Karlsruhe, que acabou com a barreira de 3% que os partidos teriam de superar para eleger eurodeputados. Os limites mínimos existem na Alemanha para evitar fragmentação política que torne o país ingovernável (como aconteceu no período que antecedeu a chegada de Hitler ao poder). Mas o tribunal argumenta que esse argumento não se aplica ao Parlamento Europeu, que não apoia directamente nenhum Governo nem dita a sua constituição.

Com 96 eurodeputados, a Alemanha é o país com maior representação no Parlamento Europeu.

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