Miguel Macedo quer gastar menos dinheiro no combate aos fogos do que no ano passado

Ministro da Administração Interna anunciou mais meios materiais e humanos. Bombeiros ameaçam com manifestação nacional por causa dos seguros.

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Fogo posto está na origem de muitos incêndios florestais Dato Daraselia

O ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, anunciou esta quarta-feira que tenciona este ano gastar 85 milhões de euros com o dispositivo de combate a incêndios florestais – menos 7,5 milhões do que em 2013, ano que ficou marcado pela morte de oito bombeiros durante os fogos do Verão.

O governante assegurou que não se trata de um desinvestimento, uma vez que nada faria prever que aos 78,5 milhões orçamentados para a época de incêndios de 2013 a tutela tivesse de acrescentar mais 14 milhões, por causa da severidade dos fogos. Foi preciso substituir viaturas dos bombeiros que arderam, exemplificou.

“Se for o caso, também haverá, em 2014, lugar a despesas extra. Mas espero que não”, disse Miguel Macedo, que anunciou, mesmo assim, mais meios humanos e materiais para combater as chamas durante o Verão que se aproxima. Assim, deverão estar operacionais 49 meios aéreos, mais quatro do que em 2013, aos quais se juntarão mais 250 bombeiros no terreno.

O sistema de comunicações será igualmente reforçado, com a disponibilização de mais 2600 rádios do SIRESP - Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal, que a Autoridade Nacional de Protecção Civil planeia entregar até Maio.

O dispositivo mereceu a concordância da Liga de Bombeiros Portugueses, cujo presidente, Jaime Marta Soares, não conseguiu de Miguel Macedo o pretendido aumento dos incentivos financeiros às equipas de combate a incêndios florestais de 45 para 46 euros diários. Mas o que mais penaliza o dirigente da Liga é o impasse nas negociações com a tutela e os municípios relativamente aos seguros de vida, de invalidez e de internamento hospitalar dos homens que dão o corpo às chamas, cujos valores de indemnização considera demasiado baixos.

“Se o assunto não for resolvido nos próximos dias tomaremos providências”, avisa. “Podemos vir a paralisar determinados serviços ou até fazer uma grande manifestação nacional”.

 

 

 

 

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