Juiz abre fase de liquidação da Fagor Electrodomésticos em Espanha

Fecho da fabricante poderá levar à perda de dez mil postos de trabalho, directos e indirectos.

Foto
A Fagor tem dívidas acumuladas de 800 milhões de euros JEAN-FRANCOIS MONIER/AFP

O Tribunal Mercantil de San Sebástian, País Basco, em Espanha, abriu nesta quinta-feira a fase de liquidação da Fagor Electrodomésticos e das suas filiais, depois de a empresa não ter chegado a acordo com os credores.

Em liquidação entraram ainda as filiais Edesa, Grumal e Projek Habitat&Equipmente, segundo a imprensa espanhola. Com a decisão do juiz Pedro Malagón, do Tribunal Mercantil de San Sebástian, estas entidades são declaradas dissolvidas e os seus administradores cessam funções, sendo substituídos por uma administração escolhida pelo tribunal de insolvência.

A apresentação de um plano para a distribuição de bens e direitos incluídos na massa falida da empresa caberá ao administrador de insolvência nomeado, que tem 15 dias para desenhar o plano de liquidação, passando mais 15 dias até à aprovação final da proposta.

Com dívidas acumuladas de 800 milhões de euros, a Fagor estava desde o ano passado em concurso de credores, oficializado pelo mesmo tribunal, naquele que foi o primeiro passo formal para o processo de liquidação da empresa, necessário depois de não se terem encontrado alternativas de financiamento que permitissem manter a empresa em funcionamento.

O fecho da Fagor Electrodomésticos, cooperativa histórica criada no País Basco em 1956, poderá levar à perda de dez mil postos de trabalho, directos e indirectos. Considerada a empresa mais significativa da Corporación Mondragon (MCC, que tem a sua sede na localidade com este nome da região basca de Guipuzcoa), a Fagor chegou a inspirar a criação de algumas das cooperativas mais importantes da história de Espanha.
As consequências podem ser o fecho de 13 unidades fabris, cinco das quais em Espanha.

Esta semana, o departamento de desenvolvimento económico e competitividade do Governo basco dizia esperar que a liquidação definitiva pudesse abrir caminho à apresentação de propostas para a compra de alguns dos negócios do grupo, escreve o El País.

Sugerir correcção
Comentar