Ir mais longe num acordo climático global

O Reino Unido acolheu com agrado o recente anúncio pela União Europeia relativamente ao Quadro de Políticas de Clima e Energia da UE 2030, que é um importante passo para uma solução melhor para o consumidor, melhor para a economia e melhor para o clima. No entanto, o Governo britânico acredita que a União Europeia tem de ir mais longe no contexto de um acordo climático global.

O “UE 2030” constitui uma oportunidade para alcançar uma Europa mais competitiva e sustentável, tendo em conta as lições do passado e garantindo aos cidadãos e empresas a satisfação das suas necessidades energéticas. Este quadro tem potencial para acelerar o investimento em energia, promover um crescimento de baixo carbono, melhorar a segurança do abastecimento energético da União Europeia e ajudar a evitar os elevados custos de uma mudança climática extrema.

O Reino Unido, tal como Portugal, apoia o objectivo definido pela Comissão Europeia de reduzir as emissões domésticas de gases com efeito de estufa. No entanto, o Reino Unido continua a apoiar um nível de redução mais ambicioso, de 50% relativamente aos níveis de emissões registados em 1990.

Ambos os países consideram que um acordo até 2015 é essencial para mostrar ao mundo o empenho europeu em alcançar uma economia com baixo teor de carbono. Consideramos que é necessário adoptar um programa ambicioso para se evitar incorrer em custos mais elevados no futuro.

Ambos os países consideram fundamental a criação de um mercado interno de energia, ultrapassando as actuais restrições. Ambos apoiam igualmente a transição para as energias renováveis, como uma solução para a elevada dependência europeia dos combustíveis fósseis importados e para a cada vez maior exposição aos choques de preços nos mercados internacionais. Para o Reino Unido, diversificar as fontes de energia, nomeadamente para a extracção de gás de xisto, onde não vemos necessidade de uma maior regulação, é uma das soluções no longo prazo para quebrar esta dependência.

O Reino Unido está fortemente empenhado nas energias renováveis. No entanto, opomo-nos à definição de objectivos vinculativos à escala europeia, por dois motivos principais: i) achamos que não existe informação suficiente quanto ao custo e eficácia de diferentes tecnologias com baixo teor de carbono na redução de emissões até 2030; ii) no passado, metas vinculativas deram origem a subsídios caros e insustentáveis. Daí que o Reino Unido defenda a possibilidade de cada país manter a flexibilidade para desenvolver o seu próprio sistema energético de baixo teor de carbono.

Falhar a adopção de um quadro ambicioso para o clima e para a energia irá gerar custos mais elevados no futuro. Não agir é a pior coisa que podemos fazer.

Embaixadora britânica em Portugal

 
 
 
 
 
 
 

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