Presidente do Governo dos Açores sublinha importância de encontro entre Machete e Kerry

MNE reune com secretário de Estado norte-americano quarta-feira em Washington com o futuro da base açoriana como pano de fundo.

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Vasco Cordeiro, presidente do Governo Regional dos Açores, respondeu a embaixador norte-americano José António Rodrigues

O presidente do Governo açoriano sublinhou esta segunda-feira a importância para as Lajes do encontro desta semana entre o ministro Rui Machete e o secretário de Estado norte-americano, frisando que "agora a palavra está do lado do Departamento da Defesa".

"O processo teve uma intervenção decisiva da parte do Congresso dos Estados Unidos e agora há que continuar a trabalhar, mas agora a palavra está do lado do Departamento da Defesa e acredito que neste encontro que o senhor ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros terá com o secretário de Estado norte-americano esta questão e matéria será obviamente tratada. Aliás, a ajuizar desde logo pelas declarações públicas que os senhor ministro tem proferido em relação a este assunto", disse Vasco Cordeiro, em declarações à Lusa, em Ponta Delgada.

O presidente do executivo dos Açores comentava a reunião que vai decorrer na quarta-feira em Washington entre o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, para discutir "questões de interesse comum da agenda internacional", segundo disse fonte oficial à agência Lusa.

A manutenção do dispositivo norte-americano na base das Lajes, na ilha Terceira, Açores, deverá ser um dos temas abordados, depois de o Presidente norte-americano ter assinado o diploma que mantém o normal financimento da estrutura até que seja divulgado um relatório sobre as bases militares que os EUA têm na Europa, o que deverá ocorrer no final de Março.

O presidente do Governo açoriano sublinhou a importância da reunião entre Machete e Kerry, reiterando que "a questão principal que se coloca neste assunto da base das Lajes é uma questão de respeito e de dignificação da relação diplomática centenária que existe entre Portugal e os Estados Unidos".

Vasco Cordeiro disse ainda que reuniu na passada passada semana com o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros exatamente para "dar conta e articular um conjunto de preocupações da parte do Governo Regional em relação à nova fase em que este processo se encontra".

No final de 2012, a Administração norte-americana anunciou a intenção de reduzir o efectivo nas Lajes, prevendo manter apenas 160 militares, sem famílias, o que levaria ao despedimento de cerca de três centenas de trabalhadores portugueses a partir de Outubro deeste ano.

Questionado sobre a possibilidade de as Lajes acolherem um centro logístico de organizações humanitárias, Vasco Cordeiro disse ver esta hipótese com "naturalidade".

"Há um conjunto de estruturas que têm trabalhado quanto à questão da base das Lajes e o Governo Regional tem integrado aquelas em que essas possibilidades são analisadas", disse.

Rui Machete garantiu na semana passada que o Governo da República está a explorar usos alternativos e não militares para as Lajes, dando como exemplo contactos com organizações humanitárias internacionais com vista à instalação de um "hub logístico" na ilha Terceira.

"Na sequência desses contactos, o Programa Alimentar Mundial enviou, no início de julho passado, uma missão às Lajes", afirmou, numa entrevista ao jornal açoriano Diário Insular.

Machete revelou ainda que na sequência da visita à Terceira, no ano passado, de empresários do grupo norte-americano Business Executives for National Security (BENS), foi criado um "comité binacional" para acompanhar projetos, que o Governo dos Açores integra, juntamente com os ministérios da Defesa e Negócios Estrangeiros.
 
 
 
 

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